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Um Pão para Compartilhar
A aprendizagem profissional do Pão dos Pobres oferece cursos de qualificação e formação para adolescentes e jovens, combinando atividades teóricas e práticas que promovem o desenvolvimento pessoal e profissional. O programa busca estimular a autonomia, o discernimento e a responsabilidade na vida comunitária e social, proporcionando uma formação integral para jovens entre 14 e 24 anos, oriundos de famílias em situação de vulnerabilidade ou risco social. O objetivo principal é capacitá-los para a inserção no mundo do trabalho, preparando-os como cidadãos éticos e profissionais qualificados.
Em maio de 2024, a Grande Enchente atingiu o prédio do Pão dos Pobres, danificando salas de aula e comprometendo a estrutura dos cursos profissionalizantes. Diante desse cenário, surgiu o projeto "Um Pão para Compartilhar", dedicado à requalificação dos pavilhões dos Cursos Profissionalizantes. Essa iniciativa visa restaurar e modernizar os espaços de aprendizagem, garantindo que os jovens possam continuar sua trajetória de formação com qualidade e dignidade.
O Studio 1 Arquitetura organizou essa ação com todos os arquitetos e adotou as salas padrão e os ambientes do curso de Gastronomia - cujo projeto já estava pronto antes da grande enchente - e Mecânica de Automóveis. Além desses, outros espaços foram apadrinhados e ainda há ambientes que aguardam novos padrinhos para viabilizar sua revitalização e execução.
Compartilhamos esse pão com colegas que, com criatividade e dedicação, transformaram esses espaços em ambientes de aprendizagem e oportunidades para a construção de novas histórias de vida.
Curso de Gastronomia:
Este curso é um "prato cheio" de oportunidades! Os aprendizes são capacitados para atuar como auxiliares de cozinha, adquirindo conhecimentos em culinária, empreendedorismo e introdução à gastronomia nacional e internacional.
Aulas teóricas e práticas garantem uma formação completa, combinando técnica e experiência real.
A proposta é criar um ambiente acolhedor no formato de café-bistrô, onde os jovens possam expor e compartilhar os pratos produzidos em aula, além de praticar a arte do bom serviço à mesa. O espaço, que simula um verdadeiro ambiente gastronômico, poderá receber pequenos coquetéis de integração e estará aberto à comunidade.
Mais do que uma sala de aula, esse será um espaço vivo de aprendizado, uma vitrine do curso e do talento dos seus aprendizes.
Curso de Mecânica Automotiva:
No curso de Mecânica Automotiva, os jovens aprendizes desenvolvem habilidades essenciais para atuar no setor, aprendendo a realizar diagnósticos, manutenção preventiva (revisão) e corretiva (reparo) em veículos automotores.
Com uma abordagem dinâmica, o curso combina aulas teóricas e práticas, proporcionando uma formação sólida e alinhada às demandas do mercado.
A proposta do ambiente é inspirada no universo das oficinas mecânicas, trazendo um design atraente e interativo. Para aproximar ainda mais os jovens do tema, o espaço contará com elementos visuais e referências aos games de corrida, tornando a experiência mais envolvente e conectada à linguagem desse público.
Mais do que um local de aprendizado técnico, a oficina se tornará um ambiente estimulante, despertando o interesse dos aprendizes e preparando-os para o mercado de trabalho de forma inovadora e prática.
Em maio de 2024, a Grande Enchente atingiu o prédio do Pão dos Pobres, danificando salas de aula e comprometendo a estrutura dos cursos profissionalizantes. Diante desse cenário, surgiu o projeto "Um Pão para Compartilhar", dedicado à requalificação dos pavilhões dos Cursos Profissionalizantes. Essa iniciativa visa restaurar e modernizar os espaços de aprendizagem, garantindo que os jovens possam continuar sua trajetória de formação com qualidade e dignidade.
O Studio 1 Arquitetura organizou essa ação com todos os arquitetos e adotou as salas padrão e os ambientes do curso de Gastronomia - cujo projeto já estava pronto antes da grande enchente - e Mecânica de Automóveis. Além desses, outros espaços foram apadrinhados e ainda há ambientes que aguardam novos padrinhos para viabilizar sua revitalização e execução.
Compartilhamos esse pão com colegas que, com criatividade e dedicação, transformaram esses espaços em ambientes de aprendizagem e oportunidades para a construção de novas histórias de vida.
Curso de Gastronomia:
Este curso é um "prato cheio" de oportunidades! Os aprendizes são capacitados para atuar como auxiliares de cozinha, adquirindo conhecimentos em culinária, empreendedorismo e introdução à gastronomia nacional e internacional.
Aulas teóricas e práticas garantem uma formação completa, combinando técnica e experiência real.
A proposta é criar um ambiente acolhedor no formato de café-bistrô, onde os jovens possam expor e compartilhar os pratos produzidos em aula, além de praticar a arte do bom serviço à mesa. O espaço, que simula um verdadeiro ambiente gastronômico, poderá receber pequenos coquetéis de integração e estará aberto à comunidade.
Mais do que uma sala de aula, esse será um espaço vivo de aprendizado, uma vitrine do curso e do talento dos seus aprendizes.
Curso de Mecânica Automotiva:
No curso de Mecânica Automotiva, os jovens aprendizes desenvolvem habilidades essenciais para atuar no setor, aprendendo a realizar diagnósticos, manutenção preventiva (revisão) e corretiva (reparo) em veículos automotores.
Com uma abordagem dinâmica, o curso combina aulas teóricas e práticas, proporcionando uma formação sólida e alinhada às demandas do mercado.
A proposta do ambiente é inspirada no universo das oficinas mecânicas, trazendo um design atraente e interativo. Para aproximar ainda mais os jovens do tema, o espaço contará com elementos visuais e referências aos games de corrida, tornando a experiência mais envolvente e conectada à linguagem desse público.
Mais do que um local de aprendizado técnico, a oficina se tornará um ambiente estimulante, despertando o interesse dos aprendizes e preparando-os para o mercado de trabalho de forma inovadora e prática.

Casa Rosa
A edificação localizada na Rua Voluntários da Pátria, nº 959, apresenta arquitetura eclética com predominância do neoclássico, marcada pela uniformidade e alinhamento direto com a calçada, com paredes externas encostadas nas divisas do lote. Esse projeto reforça o limite entre espaço público e privado, evidenciado pelas portas e janelas que se conectam diretamente à rua.
Construído entre 1893 e 1919, o imóvel abrigou, em 1919, o armarinho “Casa Branca” de João Baptista Galleano. Originalmente registrado como nº 311, foi renumerado como nº 959 na década de 1930, abrangendo outros imóveis na Rua Garibaldi. Alterações posteriores levaram à demolição parcial em 1956, preservando o núcleo principal.
A fachada exibe elementos característicos do estilo eclético, como adornos modelados, sobreportas, cartelas e coroamentos com balaústres. As janelas, de diferentes tipologias com arcos ornamentados, apresentam molduras decoradas com grinaldas e florais, criando uma composição visual simétrica e harmoniosa que valoriza a grandiosidade da construção.
O contraste funcional entre o térreo, voltado para o comércio, e o pavimento superior, destinado à residência, é sutilmente demarcado pelo projeto arquitetônico. Essa integração de funções, comum nos sobrados da época, é evidenciada na circulação longitudinal que conduz à escada central, conectando os dois pavimentos. Segundo Mattar, esse partido arquitetônico era recorrente na Rua Voluntários da Pátria, onde moradia e trabalho coexistiam na mesma edificação.
As áreas sociais do sobrado ficavam na frente, voltadas para a rua, enquanto os serviços ocupavam os fundos, com iluminação natural. Entre ambos, localizavam-se as alcovas, pouco iluminadas. As paredes externas eram de alvenaria de tijolos e as internas, de ripas rebocadas. O telhado, frequentemente de telhas Marselha, e os pés-direitos de 4 a 5 metros refletiam a robustez da construção.
Em 29 de novembro de 2018, um incêndio destruiu a parte superior da edificação, que funcionava como pensão. Quatro pessoas faleceram no incidente, e a falta de um Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio resultou na interdição do prédio. Em 27 de novembro de 2019, o imóvel foi vendido à Igreja Pentecostal Assembleia de Deus.
Projeto de restauração:
Ao realizarmos um restauro, mergulhamos na história das casas e das famílias, pois ela nos guia e enriquece nosso trabalho. E, por vezes, nos deparamos com coincidências surpreendentes.
A Casa Frasca, datada de 1911, e a Casa Rosa (Casa Faillace), de 1910 — ambas projetos de restauro do Studio 1 — foram projetadas pelo mesmo arquiteto, Germano Pedro Plentz. Ele teve uma curta, porém intensa, carreira entre 1906 e 1910, período em que foi responsável por 22 construções, incluindo palacetes localizados nas ruas André Puente, Cristóvão Colombo e na Avenida Independência, áreas de grande prestígio à época.
Além disso, as histórias das famílias Frasca e Faillace revelam um vínculo ainda mais profundo: ambas são de origem moranesa (Morano Calabro, Itália) e se estabeleceram em Porto Alegre para abrir comércios de tecidos. Essas trajetórias ilustram a força da migração moranesa na cidade.
Os moraneses trouxeram consigo uma experiência comercial sólida adquirida em sua terra natal, adaptando-se rapidamente ao contexto urbano de Porto Alegre. O primeiro livro de registros comerciais da cidade, iniciado em 1891 e encerrado em dezembro de 1913, aponta que 34 empresas registradas nesse período pertenciam a imigrantes moraneses, totalizando 32 estabelecimentos comerciais.
Desses, sete estavam localizados na Rua dos Andradas, a principal via comercial da época, sendo dois classificados como atacadistas de grande porte. Outros 13 estabelecimentos concentravam-se na Cidade Baixa, um conhecido reduto de imigrantes do sul da Itália. A maioria atuava na revenda de tecidos e calçados, enquanto apenas duas firmas se dedicavam à produção de mercadorias.
Essa dinâmica destaca uma diferença marcante entre os imigrantes italianos que chegaram a Porto Alegre no final do século XIX e os que, desde 1875, se dirigiram para a serra gaúcha. Enquanto os primeiros se inseriram no meio urbano e no comércio, os últimos vieram com o objetivo de colonizar terras e se dedicaram principalmente à agricultura. Porto Alegre, assim, tornou-se um verdadeiro gueto italiano urbano, refletindo a riqueza cultural e econômica trazida por esses imigrantes.
No processo de restauração, como o que estamos desenvolvendo para a Casa Rosa, realizamos muita pesquisa e análise de documentos, registros e fotos, além de criar ferramentas essenciais como o mapa de danos (representação gráfica que identifica, registra e analisa os problemas de uma edificação, como trincas, infiltrações, corrosão e descolamento de revestimentos).
Para edificações históricas, o mapa é indispensável para proteger o patrimônio cultural. Já em prédios modernos, ele contribui para a segurança estrutural e previne problemas futuros.
Essa ferramenta é crucial para nortear o trabalho, garantindo eficiência e precisão no planejamento e no orçamento. Um passo essencial para preservar histórias e espaços!
Os trabalhos de restauro têm como diretrizes a recuperação das lesões e a conservação da tipologia arquitetônica original da edificação, preservando sua autenticidade sempre que possível. As intervenções estão divididas em três etapas principais:
I - Intervenção no telhado e no interior da edificação:
Será realizada a remoção completa da estrutura de madeira remanescente do telhado, danificada pelo incêndio. A estrutura do entrepiso será revista integralmente, assim como o reboco interno comprometido pelas intempéries e pelo fogo, que será removido.
II - Reforço estrutural e intervenção nas fachadas:
Após a etapa inicial, será executada a limpeza das fachadas com jato de água de baixa pressão e escovação com cerdas plásticas, além do uso de ar comprimido para ornatos frágeis. Revestimentos degradados serão removidos, e novas aplicações seguirão a composição original identificada em análise laboratorial. Rebocos com integridade estrutural serão preservados, e lacunas serão preenchidas com reboco compatível. A camada pictórica existente será lixada, e novas tintas à base de silicato, em cores indicadas no projeto, serão aplicadas após a cura do reboco.
Esquadrias faltantes serão recriadas conforme o modelo original, enquanto as existentes serão restauradas, com remoção cuidadosa da camada pictórica e tratamento adequado antes de nova pintura.
III - Acessibilidade e Retrofit:
Elementos modernos serão introduzidos, como uma circulação vertical (elevador ou plataforma elevatória) e adequações horizontais em estrutura metálica reversível. Escadas serão ajustadas à NBR 9050, e sanitários unissex PNE serão instalados.
Novas intervenções:
- Cobertura em vidro com estrutura metálica;
- Pórtico de acesso em aço corten;
- Instalação de esquadrias novas e sanitários adicionais.
Essas ações visam integrar preservação e funcionalidade, alinhando o edifício às normas contemporâneas sem comprometer sua identidade histórica.
Construído entre 1893 e 1919, o imóvel abrigou, em 1919, o armarinho “Casa Branca” de João Baptista Galleano. Originalmente registrado como nº 311, foi renumerado como nº 959 na década de 1930, abrangendo outros imóveis na Rua Garibaldi. Alterações posteriores levaram à demolição parcial em 1956, preservando o núcleo principal.
A fachada exibe elementos característicos do estilo eclético, como adornos modelados, sobreportas, cartelas e coroamentos com balaústres. As janelas, de diferentes tipologias com arcos ornamentados, apresentam molduras decoradas com grinaldas e florais, criando uma composição visual simétrica e harmoniosa que valoriza a grandiosidade da construção.
O contraste funcional entre o térreo, voltado para o comércio, e o pavimento superior, destinado à residência, é sutilmente demarcado pelo projeto arquitetônico. Essa integração de funções, comum nos sobrados da época, é evidenciada na circulação longitudinal que conduz à escada central, conectando os dois pavimentos. Segundo Mattar, esse partido arquitetônico era recorrente na Rua Voluntários da Pátria, onde moradia e trabalho coexistiam na mesma edificação.
As áreas sociais do sobrado ficavam na frente, voltadas para a rua, enquanto os serviços ocupavam os fundos, com iluminação natural. Entre ambos, localizavam-se as alcovas, pouco iluminadas. As paredes externas eram de alvenaria de tijolos e as internas, de ripas rebocadas. O telhado, frequentemente de telhas Marselha, e os pés-direitos de 4 a 5 metros refletiam a robustez da construção.
Em 29 de novembro de 2018, um incêndio destruiu a parte superior da edificação, que funcionava como pensão. Quatro pessoas faleceram no incidente, e a falta de um Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio resultou na interdição do prédio. Em 27 de novembro de 2019, o imóvel foi vendido à Igreja Pentecostal Assembleia de Deus.
Projeto de restauração:
Ao realizarmos um restauro, mergulhamos na história das casas e das famílias, pois ela nos guia e enriquece nosso trabalho. E, por vezes, nos deparamos com coincidências surpreendentes.
A Casa Frasca, datada de 1911, e a Casa Rosa (Casa Faillace), de 1910 — ambas projetos de restauro do Studio 1 — foram projetadas pelo mesmo arquiteto, Germano Pedro Plentz. Ele teve uma curta, porém intensa, carreira entre 1906 e 1910, período em que foi responsável por 22 construções, incluindo palacetes localizados nas ruas André Puente, Cristóvão Colombo e na Avenida Independência, áreas de grande prestígio à época.
Além disso, as histórias das famílias Frasca e Faillace revelam um vínculo ainda mais profundo: ambas são de origem moranesa (Morano Calabro, Itália) e se estabeleceram em Porto Alegre para abrir comércios de tecidos. Essas trajetórias ilustram a força da migração moranesa na cidade.
Os moraneses trouxeram consigo uma experiência comercial sólida adquirida em sua terra natal, adaptando-se rapidamente ao contexto urbano de Porto Alegre. O primeiro livro de registros comerciais da cidade, iniciado em 1891 e encerrado em dezembro de 1913, aponta que 34 empresas registradas nesse período pertenciam a imigrantes moraneses, totalizando 32 estabelecimentos comerciais.
Desses, sete estavam localizados na Rua dos Andradas, a principal via comercial da época, sendo dois classificados como atacadistas de grande porte. Outros 13 estabelecimentos concentravam-se na Cidade Baixa, um conhecido reduto de imigrantes do sul da Itália. A maioria atuava na revenda de tecidos e calçados, enquanto apenas duas firmas se dedicavam à produção de mercadorias.
Essa dinâmica destaca uma diferença marcante entre os imigrantes italianos que chegaram a Porto Alegre no final do século XIX e os que, desde 1875, se dirigiram para a serra gaúcha. Enquanto os primeiros se inseriram no meio urbano e no comércio, os últimos vieram com o objetivo de colonizar terras e se dedicaram principalmente à agricultura. Porto Alegre, assim, tornou-se um verdadeiro gueto italiano urbano, refletindo a riqueza cultural e econômica trazida por esses imigrantes.
No processo de restauração, como o que estamos desenvolvendo para a Casa Rosa, realizamos muita pesquisa e análise de documentos, registros e fotos, além de criar ferramentas essenciais como o mapa de danos (representação gráfica que identifica, registra e analisa os problemas de uma edificação, como trincas, infiltrações, corrosão e descolamento de revestimentos).
Para edificações históricas, o mapa é indispensável para proteger o patrimônio cultural. Já em prédios modernos, ele contribui para a segurança estrutural e previne problemas futuros.
Essa ferramenta é crucial para nortear o trabalho, garantindo eficiência e precisão no planejamento e no orçamento. Um passo essencial para preservar histórias e espaços!
Os trabalhos de restauro têm como diretrizes a recuperação das lesões e a conservação da tipologia arquitetônica original da edificação, preservando sua autenticidade sempre que possível. As intervenções estão divididas em três etapas principais:
I - Intervenção no telhado e no interior da edificação:
Será realizada a remoção completa da estrutura de madeira remanescente do telhado, danificada pelo incêndio. A estrutura do entrepiso será revista integralmente, assim como o reboco interno comprometido pelas intempéries e pelo fogo, que será removido.
II - Reforço estrutural e intervenção nas fachadas:
Após a etapa inicial, será executada a limpeza das fachadas com jato de água de baixa pressão e escovação com cerdas plásticas, além do uso de ar comprimido para ornatos frágeis. Revestimentos degradados serão removidos, e novas aplicações seguirão a composição original identificada em análise laboratorial. Rebocos com integridade estrutural serão preservados, e lacunas serão preenchidas com reboco compatível. A camada pictórica existente será lixada, e novas tintas à base de silicato, em cores indicadas no projeto, serão aplicadas após a cura do reboco.
Esquadrias faltantes serão recriadas conforme o modelo original, enquanto as existentes serão restauradas, com remoção cuidadosa da camada pictórica e tratamento adequado antes de nova pintura.
III - Acessibilidade e Retrofit:
Elementos modernos serão introduzidos, como uma circulação vertical (elevador ou plataforma elevatória) e adequações horizontais em estrutura metálica reversível. Escadas serão ajustadas à NBR 9050, e sanitários unissex PNE serão instalados.
Novas intervenções:
- Cobertura em vidro com estrutura metálica;
- Pórtico de acesso em aço corten;
- Instalação de esquadrias novas e sanitários adicionais.
Essas ações visam integrar preservação e funcionalidade, alinhando o edifício às normas contemporâneas sem comprometer sua identidade histórica.

Capela Morro do Sabiá
Localizado no bairro Pedra Redonda, às margens do Guaíba, o Morro do Sabiá é uma elevação de 41 metros com cerca de 5 hectares de área verde. Originalmente pertencente ao Barão Von Seidel, o espaço passou por diversos proprietários até ser adquirido pelo Colégio Anchieta em 1949.
Idealizado pelo Padre Henrique Pouquet, o local foi transformado em um retiro para alunos, professores e familiares. Desde 1950, a sede campestre combina educação e lazer, promovendo atividades ao ar livre, esportes e convivência.
O espaço conta com campos de futebol, ginásio, churrasqueiras, dormitórios, restaurante e uma capela com uma obra de Nossa Senhora pintada por Aldo Locatelli.
Hoje, o Morro do Sabiá mantém sua tradição, oferecendo momentos de integração e aprendizado em um cenário natural único.
A capela do Morro do Sabiá combina elementos do estilo neocolonial com detalhes neogóticos, como arcos ogivais. Sua arquitetura mantém características originais, como reboco rusticado, telhado de cerâmica com campanário, ladrilhos, vitrais da via-sacra e um presbitério que cria um foco visual centralizado no altar.
“Um Locatelli no Morro do Sabiá”:
O Padre Pauquet, responsável pelo batizado de Bárbara Benz, era amigo próximo da família Benz, frequentadora assídua do Morro do Sabiá.
Durante ocasional encontro com o pintor Aldo Locatelli no centro de Porto Alegre, enquanto este trabalhava nos salões do Palácio Piratini, pe. Pauquet fez um convite especial:
"Tenho uma capelinha no alto de um morro e preciso de uma pintura nela."
Locatelli aceitou o convite e, em uma única tarde, em 1953, criou o painel que hoje adorna a capela, deixando sua marca artística nesse lugar histórico.
Nascido na Itália (1915) e radicado no Rio Grande do Sul, Locatelli foi um mestre da arte religiosa, combinando influências clássicas, barrocas e modernistas. Com uma carreira dedicada à monumentalidade e expressividade, deixou um legado em murais e retratos tanto na Itália quanto no Brasil.
A obra na capela é um testemunho da grandiosidade de seu talento e da importância da preservação de nosso patrimônio cultural.
Sobre o altar da capela encontra-se um mural de Aldo Locatelli que domina o ambiente com sua simplicidade e profundidade. A obra retrata Nossa Senhora entre crianças, incluindo Roberto, filho do artista. Curiosamente, a Virgem é representada como uma figura terrena, sem título devocional. A pintura de Aldo Locatelli, é reconhecida e tombada como patrimônio histórico pelo município de Porto Alegre.
A pintura destaca o jogo de luz e o dinamismo das vestes de Nossa Senhora, características marcantes do estilo de Locatelli. Executada diretamente na parede com tintas à base de cal e pigmentos, a obra sofreu degradação ao longo de 50 anos devido à umidade, infiltrações e falta de manutenção, necessitando de restauração.
-
A execução da obra e restauração, incluindo a restauração da pintura de Aldo Locatelli, reconhecida e tombada como patrimônio histórico pelo município de Porto Alegre, é de responsabilidade da equipe do Studio 1 Arquitetura.
Com atenção aos detalhes e respeito à história, a capela segue como um marco cultural e espiritual na zona sul de Porto Alegre.
Idealizado pelo Padre Henrique Pouquet, o local foi transformado em um retiro para alunos, professores e familiares. Desde 1950, a sede campestre combina educação e lazer, promovendo atividades ao ar livre, esportes e convivência.
O espaço conta com campos de futebol, ginásio, churrasqueiras, dormitórios, restaurante e uma capela com uma obra de Nossa Senhora pintada por Aldo Locatelli.
Hoje, o Morro do Sabiá mantém sua tradição, oferecendo momentos de integração e aprendizado em um cenário natural único.
A capela do Morro do Sabiá combina elementos do estilo neocolonial com detalhes neogóticos, como arcos ogivais. Sua arquitetura mantém características originais, como reboco rusticado, telhado de cerâmica com campanário, ladrilhos, vitrais da via-sacra e um presbitério que cria um foco visual centralizado no altar.
“Um Locatelli no Morro do Sabiá”:
O Padre Pauquet, responsável pelo batizado de Bárbara Benz, era amigo próximo da família Benz, frequentadora assídua do Morro do Sabiá.
Durante ocasional encontro com o pintor Aldo Locatelli no centro de Porto Alegre, enquanto este trabalhava nos salões do Palácio Piratini, pe. Pauquet fez um convite especial:
"Tenho uma capelinha no alto de um morro e preciso de uma pintura nela."
Locatelli aceitou o convite e, em uma única tarde, em 1953, criou o painel que hoje adorna a capela, deixando sua marca artística nesse lugar histórico.
Nascido na Itália (1915) e radicado no Rio Grande do Sul, Locatelli foi um mestre da arte religiosa, combinando influências clássicas, barrocas e modernistas. Com uma carreira dedicada à monumentalidade e expressividade, deixou um legado em murais e retratos tanto na Itália quanto no Brasil.
A obra na capela é um testemunho da grandiosidade de seu talento e da importância da preservação de nosso patrimônio cultural.
Sobre o altar da capela encontra-se um mural de Aldo Locatelli que domina o ambiente com sua simplicidade e profundidade. A obra retrata Nossa Senhora entre crianças, incluindo Roberto, filho do artista. Curiosamente, a Virgem é representada como uma figura terrena, sem título devocional. A pintura de Aldo Locatelli, é reconhecida e tombada como patrimônio histórico pelo município de Porto Alegre.
A pintura destaca o jogo de luz e o dinamismo das vestes de Nossa Senhora, características marcantes do estilo de Locatelli. Executada diretamente na parede com tintas à base de cal e pigmentos, a obra sofreu degradação ao longo de 50 anos devido à umidade, infiltrações e falta de manutenção, necessitando de restauração.
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A execução da obra e restauração, incluindo a restauração da pintura de Aldo Locatelli, reconhecida e tombada como patrimônio histórico pelo município de Porto Alegre, é de responsabilidade da equipe do Studio 1 Arquitetura.
Com atenção aos detalhes e respeito à história, a capela segue como um marco cultural e espiritual na zona sul de Porto Alegre.

Colégio Santa Teresa de Jesus
O Colégio Santa Teresa de Jesus, de Sant'Ana do Livramento, é um importante monumento para a cidade, foi fundado pelas irmãs da Companhia de Santa Teresa de Jesus. Em 1911, as religiosas chegaram à cidade e se instalaram provisoriamente em uma casa alugada. Em 20 de janeiro de 1913, a irmã Francisca Macazaga adquiriu um terreno onde se iniciaria a construção da sede definitiva do colégio, com projeto do arquiteto Juan A. Tarragó, de Montevidéu. Em agosto de 1914, a obra foi concluída parcialmente e, em 1º de novembro daquele ano, o colégio foi oficialmente reaberto em seu novo edifício.
A partir de então, o Colégio Santa Teresa de Jesus passou por diversas ampliações e melhorias. Em 1916, uma classe especial em espanhol foi criada para atender meninas uruguaias de Rivera, refletindo a proximidade geográfica e cultural entre as duas cidades fronteiriças. Essa classe funcionou até 1939, quando foi encerrada por ordens governamentais, após 23 anos de existência.
Durante as décadas de 1920 e 1930, o colégio continuou a expandir sua estrutura física, incluindo a construção de uma nova sala de aula para meninas carentes e, em 1929, a inauguração da capela definitiva. Outra importante melhoria foi a construção de quartos individuais para as irmãs em 1935, atendendo às recomendações das Superioras Visitantes para maior decoro na vida religiosa.
O Colégio Santa Teresa de Jesus consolidou-se como uma importante instituição educacional ao longo dos anos, oferecendo educação de qualidade e desempenhando um papel fundamental na comunidade de Livramento e Rivera.
As fachadas principais do Colégio Santa Teresa de Jesus, localizadas na esquina das ruas Brigadeiro David Canabarro e 13 de Maio, revelam uma arquitetura austera e eclética, típica da primeira metade do século XX, com influências hispânicas e da arquitetura platina. A edificação ocupa ¼ do quarteirão e apresenta volumes que formam um pátio interno, característica comum em edificações educacionais da região do rio da Prata. A composição volumétrica destaca os acessos à escola, ao salão de atos e à capela.
Construído em blocos distintos, o prédio utiliza técnicas tradicionais de alvenaria com tijolos e fundações de pedra arenítica, aproveitando a topografia para a distribuição das partes. A capela e o salão de atos estão voltados para a rua 13 de Maio, onde há três acessos: capela, hall principal (que leva aos dormitórios das irmãs) e o salão de atos. O acesso principal da escola é pela rua Brigadeiro David Canabarro, por uma grande portada de madeira que conduz a um hall com abobadilhas típicas da região platina.
As fachadas apresentam um predomínio de superfícies sólidas, com janelas dispostas em arco pleno no segundo pavimento e arco abatido no primeiro. A edificação é coroada por uma platibanda que oculta o telhado original, feito de telhas cerâmicas. A fachada da rua 13 de Maio se diferencia pelo frontão da capela do Sagrado Coração de Jesus, encimado por um arco que, originalmente, abrigava um sino de bronze. Abaixo da porta de acesso à capela, há um brasão de Santa Teresa d'Ávila com o lema "Viva Jesus".
A horizontalidade do prédio é acentuada por frisos e cimalhas que avançam sobre a fachada. Parte da fachada é revestida por pedra fingida ou cimento penteado, enquanto outra parte exibe alvenaria de tijolos e pedra aparentes. As fachadas foram construídas em etapas distintas, sendo a da Brigadeiro David Canabarro contínua e alinhada com a rua, enquanto a da 13 de Maio é composta por dois volumes que abrigam a capela e o salão de atos, separados por um pequeno pátio.
A capela do Colégio Santa Teresa de Jesus possui uma nave única, separada pelo antigo átrio e uma mesa de comunhão de mármore de Carrara, com detalhes em mármore rosa, que eleva o presbitério em três degraus. O presbitério termina em uma falsa abside com estrutura de madeira e aço, revestida de estuque com pinturas decorativas em tons de azul, ocre e dourado. No fundo, encontra-se o retábulo-mor, em estilo neogótico, esculpido em madeira e policromado, que ostenta a imagem do Sagrado Coração de Jesus, com Santa Teresa d'Ávila e Nossa Senhora da Conceição ao lado. Ao centro, há um brasão de Santa Teresa de Jesus e duas peanhas com imagens de Santa Teresinha e São José, todas sob dosséis neogóticos.
O forro da capela é de estuque, com abóbadas ornadas por pinturas em estampilha que criam faixas com arabescos e florões. Nas laterais, pinturas murais descrevem a vida de Santa Teresa d'Ávila, e a semi-cúpula retrata sua morte. As paredes laterais possuem estampilhas em tons de azul e bronze, além de guarnições em marmorino que alternam entre rosa e branco, harmonizando com a mesa de comunhão.
A capela possui oito janelas em madeira azul com vidros martelados, e a fenestração se dá no lado esquerdo, com nichos do lado direito para equilíbrio visual. O átrio é ladeado por duas salas menores, uma com uma escada caracol que dá acesso ao coro, que possui decoração semelhante à nave. A capela mantém uma linguagem arquitetônica eclética com tendência ao estilo românico, mesclando pinturas decorativas e painéis historiados em tons ocres, azuis, bronze e dourado. O piso é de mármore de Carrara e ladrilhos de granitina, formando padrões arabescos.
Os bens móveis sacros da capela incluem imagens de São José, Nossa Senhora da Conceição, Sagrado Coração de Jesus, Santa Teresa D'Ávila, Santa Teresinha do Menino Jesus e Jesus Crucificado. Além disso, destacam-se o sacrário com baldaquino em latão polido, luminárias de tipo arandela, a lamparina do Santíssimo, as 14 estações da Via-Sacra, as pias de água benta, as caixinhas de ofertas e as antigas portas em latão e bronze da mesa de comunhão. O sino que outrora adornava o frontão também fazia parte do conjunto.
Os painéis da Capela do Santíssimo Sacramento estão alinhados à iconografia Teresiana, retratando os momentos mais importantes da vida de Santa Teresa de Jesus, assim como suas visões místicas.
Na pesquisa histórica realizada pelo historiador Pedro von Mengden Meirelles e Sofia Inda, instrumento fundamental para o projeto de restauro e pedido de tombamento da Capela do Colégio Sagrado Coração de Jesus, de Santana do Livramento, ao entrevistar a irmã Inah Cabarro Lucas, a mulher mais idosa do RS e do Brasil, ela revelou que pousou para a pintura do anjo que está na Capela da Escola Sagrado Coração de Jesus.
Levantamento cadastral:
O levantamento cadastral realizado na escola revelou as seguintes condições para o restauro:
O telhado está bem conservado, com uma estrutura de madeira em bom estado. As telhas cerâmicas originais foram substituídas por telhas metálicas, e o estuque abobadado, embora em boas condições, apresenta fissuras em suas áreas decoradas.
O revestimento em reboco de cimento penteado apresenta áreas com desprendimento, sujidades, crosta negra e infiltrações devido à umidade. Intervenções inadequadas, como instalação de veículos de divulgação, também prejudicaram a estrutura. Há infiltrações que comprometem as pinturas decorativas da capela, além de pontos com degradação da alvenaria e presença de biocolônias.
As esquadrias originais de madeira estão bem conservadas, especialmente na capela e fachada voltada para a Rua 13 de Maio. No entanto, a porta principal da capela requer substituição de peças devido ao ataque de insetos xilófagos. Já as esquadrias da fachada voltada para a Rua Brigadeiro David Canabarro foram alteradas.
Os pisos da capela estão em ótimo estado de conservação.
As pinturas decorativas necessitam de intervenção urgente devido à degradação avançada pela umidade, colocando o suporte em risco. Os bens móveis estão em bom estado, exceto os bancos da nave, que precisam de substituição de peças degradadas também pelo ataque de insetos xilófagos.
Esse levantamento evidencia a necessidade de intervenções cuidadosas para preservar a integridade estrutural e estética do edifício.
Restauração das fachadas:
O projeto de restauração das fachadas do Colégio Santa Teresa de Jesus busca valorizar a arquitetura eclética e histórica deste símbolo de Sant’Ana do Livramento, respeitando suas características originais e promovendo sua conservação para as futuras gerações.
Este é mais um passo em direção à preservação da nossa história, unindo tradição, técnicas sustentáveis e cooperação internacional. Vamos juntos manter viva a memória e o legado cultural da região.
Projeto Luminotécnico:
Nosso Projeto Luminotécnico vai além da simples iluminação – ele valoriza cada detalhe arquitetônico, destacando a beleza e a história preservada nos espaços do Colégio Santa Teresa de Jesus. A proposta da arquiteta Cristina Maluf, da Cristina Maluf Iluminação (@cristinamaluf.iluminacao), integra soluções contemporâneas e eficientes, respeitando o ambiente histórico e criando uma atmosfera que convida à contemplação e apreciação.
Combinando tecnologia, sustentabilidade e sensibilidade artística, estamos trazendo luz para a memória e o patrimônio cultural!
Projeto Memorial Presença da Teresiana:
O Projeto Memorial da Presença Teresiana, uma iniciativa que visa homenagear e preservar a rica história das irmãs da Congregação Enrique de Ossó e sua contribuição inestimável para a comunidade.
Este memorial será um espaço dedicado à reflexão, à educação e à valorização do legado Teresiano, contando com exposições interativas, painéis informativos e objetos históricos que contam a história inspiradora dessas mulheres notáveis.
O projeto cultural tem a produção da Cult Assessoria e Projetos Culturais (@cultprojetosculturais).
A partir de então, o Colégio Santa Teresa de Jesus passou por diversas ampliações e melhorias. Em 1916, uma classe especial em espanhol foi criada para atender meninas uruguaias de Rivera, refletindo a proximidade geográfica e cultural entre as duas cidades fronteiriças. Essa classe funcionou até 1939, quando foi encerrada por ordens governamentais, após 23 anos de existência.
Durante as décadas de 1920 e 1930, o colégio continuou a expandir sua estrutura física, incluindo a construção de uma nova sala de aula para meninas carentes e, em 1929, a inauguração da capela definitiva. Outra importante melhoria foi a construção de quartos individuais para as irmãs em 1935, atendendo às recomendações das Superioras Visitantes para maior decoro na vida religiosa.
O Colégio Santa Teresa de Jesus consolidou-se como uma importante instituição educacional ao longo dos anos, oferecendo educação de qualidade e desempenhando um papel fundamental na comunidade de Livramento e Rivera.
As fachadas principais do Colégio Santa Teresa de Jesus, localizadas na esquina das ruas Brigadeiro David Canabarro e 13 de Maio, revelam uma arquitetura austera e eclética, típica da primeira metade do século XX, com influências hispânicas e da arquitetura platina. A edificação ocupa ¼ do quarteirão e apresenta volumes que formam um pátio interno, característica comum em edificações educacionais da região do rio da Prata. A composição volumétrica destaca os acessos à escola, ao salão de atos e à capela.
Construído em blocos distintos, o prédio utiliza técnicas tradicionais de alvenaria com tijolos e fundações de pedra arenítica, aproveitando a topografia para a distribuição das partes. A capela e o salão de atos estão voltados para a rua 13 de Maio, onde há três acessos: capela, hall principal (que leva aos dormitórios das irmãs) e o salão de atos. O acesso principal da escola é pela rua Brigadeiro David Canabarro, por uma grande portada de madeira que conduz a um hall com abobadilhas típicas da região platina.
As fachadas apresentam um predomínio de superfícies sólidas, com janelas dispostas em arco pleno no segundo pavimento e arco abatido no primeiro. A edificação é coroada por uma platibanda que oculta o telhado original, feito de telhas cerâmicas. A fachada da rua 13 de Maio se diferencia pelo frontão da capela do Sagrado Coração de Jesus, encimado por um arco que, originalmente, abrigava um sino de bronze. Abaixo da porta de acesso à capela, há um brasão de Santa Teresa d'Ávila com o lema "Viva Jesus".
A horizontalidade do prédio é acentuada por frisos e cimalhas que avançam sobre a fachada. Parte da fachada é revestida por pedra fingida ou cimento penteado, enquanto outra parte exibe alvenaria de tijolos e pedra aparentes. As fachadas foram construídas em etapas distintas, sendo a da Brigadeiro David Canabarro contínua e alinhada com a rua, enquanto a da 13 de Maio é composta por dois volumes que abrigam a capela e o salão de atos, separados por um pequeno pátio.
A capela do Colégio Santa Teresa de Jesus possui uma nave única, separada pelo antigo átrio e uma mesa de comunhão de mármore de Carrara, com detalhes em mármore rosa, que eleva o presbitério em três degraus. O presbitério termina em uma falsa abside com estrutura de madeira e aço, revestida de estuque com pinturas decorativas em tons de azul, ocre e dourado. No fundo, encontra-se o retábulo-mor, em estilo neogótico, esculpido em madeira e policromado, que ostenta a imagem do Sagrado Coração de Jesus, com Santa Teresa d'Ávila e Nossa Senhora da Conceição ao lado. Ao centro, há um brasão de Santa Teresa de Jesus e duas peanhas com imagens de Santa Teresinha e São José, todas sob dosséis neogóticos.
O forro da capela é de estuque, com abóbadas ornadas por pinturas em estampilha que criam faixas com arabescos e florões. Nas laterais, pinturas murais descrevem a vida de Santa Teresa d'Ávila, e a semi-cúpula retrata sua morte. As paredes laterais possuem estampilhas em tons de azul e bronze, além de guarnições em marmorino que alternam entre rosa e branco, harmonizando com a mesa de comunhão.
A capela possui oito janelas em madeira azul com vidros martelados, e a fenestração se dá no lado esquerdo, com nichos do lado direito para equilíbrio visual. O átrio é ladeado por duas salas menores, uma com uma escada caracol que dá acesso ao coro, que possui decoração semelhante à nave. A capela mantém uma linguagem arquitetônica eclética com tendência ao estilo românico, mesclando pinturas decorativas e painéis historiados em tons ocres, azuis, bronze e dourado. O piso é de mármore de Carrara e ladrilhos de granitina, formando padrões arabescos.
Os bens móveis sacros da capela incluem imagens de São José, Nossa Senhora da Conceição, Sagrado Coração de Jesus, Santa Teresa D'Ávila, Santa Teresinha do Menino Jesus e Jesus Crucificado. Além disso, destacam-se o sacrário com baldaquino em latão polido, luminárias de tipo arandela, a lamparina do Santíssimo, as 14 estações da Via-Sacra, as pias de água benta, as caixinhas de ofertas e as antigas portas em latão e bronze da mesa de comunhão. O sino que outrora adornava o frontão também fazia parte do conjunto.
Os painéis da Capela do Santíssimo Sacramento estão alinhados à iconografia Teresiana, retratando os momentos mais importantes da vida de Santa Teresa de Jesus, assim como suas visões místicas.
Na pesquisa histórica realizada pelo historiador Pedro von Mengden Meirelles e Sofia Inda, instrumento fundamental para o projeto de restauro e pedido de tombamento da Capela do Colégio Sagrado Coração de Jesus, de Santana do Livramento, ao entrevistar a irmã Inah Cabarro Lucas, a mulher mais idosa do RS e do Brasil, ela revelou que pousou para a pintura do anjo que está na Capela da Escola Sagrado Coração de Jesus.
Levantamento cadastral:
O levantamento cadastral realizado na escola revelou as seguintes condições para o restauro:
O telhado está bem conservado, com uma estrutura de madeira em bom estado. As telhas cerâmicas originais foram substituídas por telhas metálicas, e o estuque abobadado, embora em boas condições, apresenta fissuras em suas áreas decoradas.
O revestimento em reboco de cimento penteado apresenta áreas com desprendimento, sujidades, crosta negra e infiltrações devido à umidade. Intervenções inadequadas, como instalação de veículos de divulgação, também prejudicaram a estrutura. Há infiltrações que comprometem as pinturas decorativas da capela, além de pontos com degradação da alvenaria e presença de biocolônias.
As esquadrias originais de madeira estão bem conservadas, especialmente na capela e fachada voltada para a Rua 13 de Maio. No entanto, a porta principal da capela requer substituição de peças devido ao ataque de insetos xilófagos. Já as esquadrias da fachada voltada para a Rua Brigadeiro David Canabarro foram alteradas.
Os pisos da capela estão em ótimo estado de conservação.
As pinturas decorativas necessitam de intervenção urgente devido à degradação avançada pela umidade, colocando o suporte em risco. Os bens móveis estão em bom estado, exceto os bancos da nave, que precisam de substituição de peças degradadas também pelo ataque de insetos xilófagos.
Esse levantamento evidencia a necessidade de intervenções cuidadosas para preservar a integridade estrutural e estética do edifício.
Restauração das fachadas:
O projeto de restauração das fachadas do Colégio Santa Teresa de Jesus busca valorizar a arquitetura eclética e histórica deste símbolo de Sant’Ana do Livramento, respeitando suas características originais e promovendo sua conservação para as futuras gerações.
Este é mais um passo em direção à preservação da nossa história, unindo tradição, técnicas sustentáveis e cooperação internacional. Vamos juntos manter viva a memória e o legado cultural da região.
Projeto Luminotécnico:
Nosso Projeto Luminotécnico vai além da simples iluminação – ele valoriza cada detalhe arquitetônico, destacando a beleza e a história preservada nos espaços do Colégio Santa Teresa de Jesus. A proposta da arquiteta Cristina Maluf, da Cristina Maluf Iluminação (@cristinamaluf.iluminacao), integra soluções contemporâneas e eficientes, respeitando o ambiente histórico e criando uma atmosfera que convida à contemplação e apreciação.
Combinando tecnologia, sustentabilidade e sensibilidade artística, estamos trazendo luz para a memória e o patrimônio cultural!
Projeto Memorial Presença da Teresiana:
O Projeto Memorial da Presença Teresiana, uma iniciativa que visa homenagear e preservar a rica história das irmãs da Congregação Enrique de Ossó e sua contribuição inestimável para a comunidade.
Este memorial será um espaço dedicado à reflexão, à educação e à valorização do legado Teresiano, contando com exposições interativas, painéis informativos e objetos históricos que contam a história inspiradora dessas mulheres notáveis.
O projeto cultural tem a produção da Cult Assessoria e Projetos Culturais (@cultprojetosculturais).

Igreja Matriz São Pedro
A igreja de São Pedro, localizada em Porto Alegre, tem sua origem em uma capela dedicada ao padroeiro do Rio Grande do Sul, erguida em 1887 por iniciativa de Eduardo Azevedo de Souza Filho e sua esposa, que doaram o terreno e uma imagem do apóstolo. A capela foi consagrada em 1888, sendo inicialmente subordinada a outras freguesias até se tornar sede do Curato de São Manoel em 1916. Em 1917, foi definida como Matriz do Curato de São Pedro, e, em 1918, aprovou-se o projeto do arquiteto tcheco Josef Hruby para um novo templo em estilo neogótico, a primeira grande igreja desse estilo na cidade. A construção, conduzida por Franz Rhoden, viu sua primeira missa celebrada em 1919, mesmo com o templo ainda inacabado.
O destaque da igreja sempre foi sua ornamentação interna, desenvolvida a partir de 1922 sob a responsabilidade do escultor João Vicente Friedrich. Em 1929, foram instalados os altares neogóticos em madeira, e a primeira torre foi finalizada sob a supervisão de Vitorino Zani, também responsável pelo revestimento da fachada. As pinturas internas começaram em 1944, com Pedro Paulo Curci e seu irmão Attilio, e os vitrais, produzidos pelas Casas Irmãos Veit e Casa Genta, complementam o interior.
A Igreja de São Pedro tornou-se um importante centro de devoção católica e um marco na identidade dos bairros Floresta e Moinhos de Vento. Mesmo com as transformações urbanas, suas altas torres e o estilo arquitetônico neogótico continuam a se destacar, sendo um ponto focal da paisagem da região. Esses fatores contribuíram para que a Igreja de São Pedro fosse reconhecida como patrimônio cultural tombado pelo município, devido ao seu valor histórico, arquitetônico, paisagístico e funcional.
Os telhados da nave e da capela-mor da igreja são estruturados em madeira e cobertos por telhas cerâmicas francesas. O cruzeiro que adorna o frontão do transepto da fachada sul e a abside da capela-mor são elementos marcantes. As entradas laterais possuem pórticos com gradis metálicos, enquanto as duas torres sineiras abrigam sinos de bronze, encimadas por coruchéus de cobre com cruzes. A fachada é enriquecida com ornamentos argamassados, como lambrequins, pináculos, frisos, cimalhas, quadrifólios e rosáceas. As portas de acesso são feitas de madeira almofadada, e os vitrais são estruturados em painéis de cimento e rosáceas.
O calçamento ao redor da igreja é feito com pedras portuguesas em granito rosa, cinza e preto, formando padrões geométricos. Internamente, as pinturas decorativas e murais foram realizadas pelos Irmãos Curci e pela empresa ARS Arte Sacra, preservando características cromáticas distintas. As paredes são revestidas em arenito, o piso da nave é de ladrilhos de granitina, e o forro de estuque é adornado com pinturas e gradis nos óculos de ventilação.
Os vitrais historiados estão dispostos em sequência, com o guarda-corpo e a escadaria do coro feitos de madeira, mantendo suas características cromáticas originais. O púlpito, retábulos de madeira, o sacrário e o baldaquino em latão polido, assim como os castiçais e mesas litúrgicas, são peças que mantêm um estilo formal e cromático definido. A imagem de São Pedro com o pé desgastado, ladeada pelas imagens de São Pedro e São Paulo, o trono e o baldaquino de madeira, e a via sacra em suas estações originais também são destaques.
As imagens de santos, como o Sagrado Coração de Jesus, Santa Teresinha, Santo Antônio, e outras, decoram os retábulos laterais, mantendo o estilo formal e cromático. Lustres e arandelas de latão envelhecido, o crucifixo na capela-mor, as lamparinas no presbitério, o órgão de tubos, o confessionário em madeira e os bancos dos fiéis são elementos que, juntos, compõem o cenário sacro e preservam suas características formais e cromáticas.
Analisando sua integridade e importância histórico-cultural, pode-se afirmar que o edifício está em bom estado de conservação, preservando suas características arquitetônicas originais e testemunhando a arquitetura religiosa e as artes sacras em Porto Alegre.
Nós do S1arq. somos os responsáveis pelo pedido de Tombamento que está em fase final de aprovação na prefeitura, assim como o projeto de restauração das fachadas e recentemente na execução do restauro do forro do coro que foi danificado com o desprendimento de parte do telhado sobre o entrepiso do coro após uma forte de chuva. O forro em estuque está sendo restaurado respeitando as técnicas tradicionais.
O destaque da igreja sempre foi sua ornamentação interna, desenvolvida a partir de 1922 sob a responsabilidade do escultor João Vicente Friedrich. Em 1929, foram instalados os altares neogóticos em madeira, e a primeira torre foi finalizada sob a supervisão de Vitorino Zani, também responsável pelo revestimento da fachada. As pinturas internas começaram em 1944, com Pedro Paulo Curci e seu irmão Attilio, e os vitrais, produzidos pelas Casas Irmãos Veit e Casa Genta, complementam o interior.
A Igreja de São Pedro tornou-se um importante centro de devoção católica e um marco na identidade dos bairros Floresta e Moinhos de Vento. Mesmo com as transformações urbanas, suas altas torres e o estilo arquitetônico neogótico continuam a se destacar, sendo um ponto focal da paisagem da região. Esses fatores contribuíram para que a Igreja de São Pedro fosse reconhecida como patrimônio cultural tombado pelo município, devido ao seu valor histórico, arquitetônico, paisagístico e funcional.
Os telhados da nave e da capela-mor da igreja são estruturados em madeira e cobertos por telhas cerâmicas francesas. O cruzeiro que adorna o frontão do transepto da fachada sul e a abside da capela-mor são elementos marcantes. As entradas laterais possuem pórticos com gradis metálicos, enquanto as duas torres sineiras abrigam sinos de bronze, encimadas por coruchéus de cobre com cruzes. A fachada é enriquecida com ornamentos argamassados, como lambrequins, pináculos, frisos, cimalhas, quadrifólios e rosáceas. As portas de acesso são feitas de madeira almofadada, e os vitrais são estruturados em painéis de cimento e rosáceas.
O calçamento ao redor da igreja é feito com pedras portuguesas em granito rosa, cinza e preto, formando padrões geométricos. Internamente, as pinturas decorativas e murais foram realizadas pelos Irmãos Curci e pela empresa ARS Arte Sacra, preservando características cromáticas distintas. As paredes são revestidas em arenito, o piso da nave é de ladrilhos de granitina, e o forro de estuque é adornado com pinturas e gradis nos óculos de ventilação.
Os vitrais historiados estão dispostos em sequência, com o guarda-corpo e a escadaria do coro feitos de madeira, mantendo suas características cromáticas originais. O púlpito, retábulos de madeira, o sacrário e o baldaquino em latão polido, assim como os castiçais e mesas litúrgicas, são peças que mantêm um estilo formal e cromático definido. A imagem de São Pedro com o pé desgastado, ladeada pelas imagens de São Pedro e São Paulo, o trono e o baldaquino de madeira, e a via sacra em suas estações originais também são destaques.
As imagens de santos, como o Sagrado Coração de Jesus, Santa Teresinha, Santo Antônio, e outras, decoram os retábulos laterais, mantendo o estilo formal e cromático. Lustres e arandelas de latão envelhecido, o crucifixo na capela-mor, as lamparinas no presbitério, o órgão de tubos, o confessionário em madeira e os bancos dos fiéis são elementos que, juntos, compõem o cenário sacro e preservam suas características formais e cromáticas.
Analisando sua integridade e importância histórico-cultural, pode-se afirmar que o edifício está em bom estado de conservação, preservando suas características arquitetônicas originais e testemunhando a arquitetura religiosa e as artes sacras em Porto Alegre.
Nós do S1arq. somos os responsáveis pelo pedido de Tombamento que está em fase final de aprovação na prefeitura, assim como o projeto de restauração das fachadas e recentemente na execução do restauro do forro do coro que foi danificado com o desprendimento de parte do telhado sobre o entrepiso do coro após uma forte de chuva. O forro em estuque está sendo restaurado respeitando as técnicas tradicionais.

Casa Marc

Casa Eléctrica
Localizada no bairro Glória, em Porto Alegre, a Casa Eléctrica é tombada pelo município devido à sua importância histórica. Atualmente em estado de ruínas, foi nesse local que o italiano Silvério Leonetti gravou o primeiro tango da América Latina, "El Chamuyo".
A Casa Eléctrica, que abrigava uma fábrica de gramofones e discos, destacou-se como uma das gravadoras mais conceituadas do Brasil, sendo pioneira tanto no país quanto na América Latina. Seu valor histórico foi reconhecido após um extenso abaixo-assinado organizado pela classe artística de Porto Alegre em 1996. Em 27 de dezembro daquele ano, a Casa Eléctrica foi oficialmente tombada como patrimônio do município.
O movimento em prol do tombamento foi liderado pelo músico Hardy Vedana, que posteriormente publicou a obra “A Eléctrica e Os Discos Gaúchos” (2006). O acervo de discos produzidos na Casa foi doado ao Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, sob a gestão da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul.
Em 2015, o grupo Amigos da Casa Eléctrica organizou um 'Abraço' em defesa da restauração do prédio, que contou com a participação de dezenas de pessoas. No Facebook, uma comunidade aberta com 4,1 mil membros mantém viva a história dessa casa centenária. Infelizmente, o projeto de restauração de 2011 nunca foi executado.
A Casa Eléctrica começou a funcionar como gravadora em 1913, com sua fábrica de discos inaugurada no dia 1º de agosto de 1914. Foi a segunda fábrica de discos da América Latina e a quarta do mundo. Localizada na rua Sergipe, no então Arrabalde de Theresópolis, atualmente bairro Glória, produzia gramofones "Elétrica" e discos de 78 rotações feitos em goma-laca.
O proprietário da empresa, Savério Leonetti, era um imigrante italiano nascido em 1875, na Calábria. Os discos gravados eram vendidos na loja de Leonetti, também chamada A Eléctrica, localizada na rua da Praia. Com seu selo Disco Gaúcho, a gravadora lançou dezenas de composições gaúchas, em chapas de 20,5 e 25 cm, de face simples ou dupla.
Artistas do Rio de Janeiro, São Paulo e até mesmo estrangeiros que passavam por Porto Alegre registravam suas vozes ou instrumentos nos discos da Eléctrica. Durante seus 10 anos de existência, a gravadora produziu entre 3.500 e 4.500 títulos diferentes, incluindo hinos (nacional e francês), arranjos cômicos, valsas, polcas, fados e sambas. Acredita-se que a primeira gravação e prensagem de um samba no Brasil, "Iaiá me diga", da dupla Os Geraldos, tenha ocorrido na Casa Eléctrica em 1914.
O primeiro disco de tango prensado na América Latina também foi produzido na fábrica de Leonetti: "El Chamuyo", gravado pelo maestro Francisco Canaro em junho de 1915. Além disso, foi nesta fábrica que se gravaram as primeiras músicas do folclore gaúcho, como "Trovas do Boi Barroso", eternizada em disco pelo músico Moisés Mondadori.
Estima-se que a Casa Eléctrica tenha gravado aproximadamente 620 músicas, e a fábrica de Leonetti lançado mais de 1.000 títulos de 78 rpm. No entanto, devido à precariedade da documentação, esses números são incertos. Além do Disco Gaúcho, Leonetti lançou outros selos, como Apollo, Phoenix (voltado para o mercado de São Paulo), e Telephone, criado em sociedade com o empresário argentino Alfredo Amendola.
Com menos de dez anos de atividades, a Casa Eléctrica decretou falência em 1923 e fechou suas portas em 1924. A edificação foi tombada pela prefeitura de Porto Alegre em 1996.
A Casa, provavelmente datada de 1914, era composta por três volumes: um mais comprido, paralelo à rua, e dois perpendiculares, idênticos. Os volumes perpendiculares tinham frontispícios simétricos, ostentando um frontão em arco, onde estavam aplicados ornamentos, incluindo o letreiro, discos e uma lira ornamentada com uma guirlanda de flores.
Desses volumes, apenas um restou, sendo tombado. Em 2011, a prefeitura de Porto Alegre encomendou um projeto de restauração. O projeto previa a reabilitação da casa, que estava em processo de arruinamento, a restauração da fachada ainda preservada e a inclusão de um espaço expositivo e um estúdio de gravação.
Para a restauração, era necessário prever a remoção da vegetação que havia se entranhado na estrutura de alvenaria de tijolos.
A Casa Eléctrica, que abrigava uma fábrica de gramofones e discos, destacou-se como uma das gravadoras mais conceituadas do Brasil, sendo pioneira tanto no país quanto na América Latina. Seu valor histórico foi reconhecido após um extenso abaixo-assinado organizado pela classe artística de Porto Alegre em 1996. Em 27 de dezembro daquele ano, a Casa Eléctrica foi oficialmente tombada como patrimônio do município.
O movimento em prol do tombamento foi liderado pelo músico Hardy Vedana, que posteriormente publicou a obra “A Eléctrica e Os Discos Gaúchos” (2006). O acervo de discos produzidos na Casa foi doado ao Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, sob a gestão da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul.
Em 2015, o grupo Amigos da Casa Eléctrica organizou um 'Abraço' em defesa da restauração do prédio, que contou com a participação de dezenas de pessoas. No Facebook, uma comunidade aberta com 4,1 mil membros mantém viva a história dessa casa centenária. Infelizmente, o projeto de restauração de 2011 nunca foi executado.
A Casa Eléctrica começou a funcionar como gravadora em 1913, com sua fábrica de discos inaugurada no dia 1º de agosto de 1914. Foi a segunda fábrica de discos da América Latina e a quarta do mundo. Localizada na rua Sergipe, no então Arrabalde de Theresópolis, atualmente bairro Glória, produzia gramofones "Elétrica" e discos de 78 rotações feitos em goma-laca.
O proprietário da empresa, Savério Leonetti, era um imigrante italiano nascido em 1875, na Calábria. Os discos gravados eram vendidos na loja de Leonetti, também chamada A Eléctrica, localizada na rua da Praia. Com seu selo Disco Gaúcho, a gravadora lançou dezenas de composições gaúchas, em chapas de 20,5 e 25 cm, de face simples ou dupla.
Artistas do Rio de Janeiro, São Paulo e até mesmo estrangeiros que passavam por Porto Alegre registravam suas vozes ou instrumentos nos discos da Eléctrica. Durante seus 10 anos de existência, a gravadora produziu entre 3.500 e 4.500 títulos diferentes, incluindo hinos (nacional e francês), arranjos cômicos, valsas, polcas, fados e sambas. Acredita-se que a primeira gravação e prensagem de um samba no Brasil, "Iaiá me diga", da dupla Os Geraldos, tenha ocorrido na Casa Eléctrica em 1914.
O primeiro disco de tango prensado na América Latina também foi produzido na fábrica de Leonetti: "El Chamuyo", gravado pelo maestro Francisco Canaro em junho de 1915. Além disso, foi nesta fábrica que se gravaram as primeiras músicas do folclore gaúcho, como "Trovas do Boi Barroso", eternizada em disco pelo músico Moisés Mondadori.
Estima-se que a Casa Eléctrica tenha gravado aproximadamente 620 músicas, e a fábrica de Leonetti lançado mais de 1.000 títulos de 78 rpm. No entanto, devido à precariedade da documentação, esses números são incertos. Além do Disco Gaúcho, Leonetti lançou outros selos, como Apollo, Phoenix (voltado para o mercado de São Paulo), e Telephone, criado em sociedade com o empresário argentino Alfredo Amendola.
Com menos de dez anos de atividades, a Casa Eléctrica decretou falência em 1923 e fechou suas portas em 1924. A edificação foi tombada pela prefeitura de Porto Alegre em 1996.
A Casa, provavelmente datada de 1914, era composta por três volumes: um mais comprido, paralelo à rua, e dois perpendiculares, idênticos. Os volumes perpendiculares tinham frontispícios simétricos, ostentando um frontão em arco, onde estavam aplicados ornamentos, incluindo o letreiro, discos e uma lira ornamentada com uma guirlanda de flores.
Desses volumes, apenas um restou, sendo tombado. Em 2011, a prefeitura de Porto Alegre encomendou um projeto de restauração. O projeto previa a reabilitação da casa, que estava em processo de arruinamento, a restauração da fachada ainda preservada e a inclusão de um espaço expositivo e um estúdio de gravação.
Para a restauração, era necessário prever a remoção da vegetação que havia se entranhado na estrutura de alvenaria de tijolos.

Ed. São Paulo

Igreja São Geraldo
Este projeto de restauração e execução foi realizado pelo Studio1 Arquitetura para a Igreja São Geraldo, situada na Av. Farrapos, nº 2611, em Porto Alegre, RS.

Palacete Amália Barcelos

Pão dos Pobres

Pocket Park Conceição
Após a abertura, na década de 1960 do túnel e elevada da Conceição, a antiga rua da Conceição que fazia esquina com a Av. Independência se resultou em uma rampa escalonada. Com o passar dos anos, a via se degradou, desvalorizando o patrimônio tombado que é a Igreja Nossa Senhora da Conceição, segunda igreja mais antiga de Porto Alegre. Inspirado nos "pocket parks" instalados em Nova Iorque e São Paulo, a proposta soluciona a acessibilidade para o salão de eventos no subsolo da igreja e traz animação para a local propondo uma pequena arquibancada ajardinada que separa o peitoril da elevada, configurando uma barreira vegetal ao mesmo tempo que se cria um local de contemplação do monumento e permanência.

Pátio Andradas
A fachada remanescente datada de 1910 esconde um amplo terreno em plena rua dos Andradas no Centro Histórico de Porto Alegre. O projeto prevê a restauração da fachada porém trazendo uma nova proposta cromática valorizando as esquadrias de madeira e os perfis de ferro fundido no térreo, como também propõe a instalação de pequenos edifícios em estrutura metálica que configuram um pátio central que agrega diversos tipos de atividades comerciais e gastronômicas.

Barão de Santo Ângelo

Casa Frasca
A casa Frasca foi o primeiro projeto completo de restauração do S1Arq. O projeto foi realizado entre 2011 e 2012 e a execução entre 2014 e 2017.
A casa Frasca é um palacete composto por três casas situadas em importante conjunto de residências construídas na virada do século XIX para o XX remanescente, em uma única quadra, que compõem um significativo conjunto arquitetônico de residências na Av. Independência e a rua Barros Cassal, nobre endereço que a partir do início do século XX começou a receber os palacetes da alta sociedade porto-alegrense. Construída entre 1906 e 1911 pelos irmãos Antônio e Caetano Frasca, imigrantes calabreses, combina comércio no térreo e residência no piso superior. É um dos mais expressivos exemplares do ecletismo arquitetônico da capital gaúcha.
O casarão, com altura de um prédio de cinco andares, apresenta rica ornamentação interna e externa: corrimãos de madeira, molduras nas janelas, esculturas, ladrilhos, pinturas parietais, soleiras de mármore e azulejos importados. Inscrições "AF" e "CF" acima das portas remetem aos nomes dos irmãos Frasca. Durante seus primeiros anos, a Casa Frasca serviu como moradia, passando a abrigar atividades comerciais ainda antes de sua conclusão. Posteriormente, foi alugada para inquilinos, funcionando como supermercado, estúdio de balé e centro espírita.
Nos anos 2000, a banda Cachorro Grande utilizou o espaço como estúdio, apelidando-o de "FunHouse". Em 2002, a propriedade foi vendida, e em 2010, o Ministério Público iniciou um inquérito para preservar as fachadas, já reconhecidas como patrimônio histórico.
Em 2012 o Studio1 Arquitetura elaborou o projeto de restauração, identificando e resgatando a história do casarão. Em 2014 a casa de Caetano Frasca teve sua fachada restaurada e finalmente, em 2018 se pode contemplar o conjunto que resgata com certa fidelidade o aspecto original do conjunto. A Casa Frasca é um palacete italiano cravado na esquina que abre o bairro Independência, um verdadeiro testemunho de uma época da capital gaúcha.
As casas são compostas por 3 partes:
1 - Embasamento: composto de porão baixo com galerias para ventilação e acessos
menores, também é onde fica as aberturas e os acessos da casa.
2 - Corpo: ornamentado com frisos, carranca,s frontões e cartelas, onde se revela a
finestração da edificação. No primeiro destinado a atividades comerciais, no segundo
residenciais.
3 - Coroamento: composto pela platibanda cega alternada por balaustradas, cartelas e
pequeno conjunto escultório.
Para embasar tecnicamente as decisões e intervenções no restauro, foram realizadas análises em amostras de reboco interno e externo das duas casas. Os resultados indicaram a predominância de rebocos à base de cal, além de áreas com reboco moderno à base de cimento.
Na parte interna da Casa Frasca 1, pequenas aberturas foram criadas para investigar a composição das paredes divisórias entre os cômodos. Também foram feitas prospecções de cores em salas com pinturas decorativas nas paredes, buscando identificar suas características originais.
Externamente, as prospecções de cores concentraram-se nas reentrâncias dos ornatos e em áreas protegidas pelas guarnições de portas e janelas. A identificação do tom original foi realizada molhando a superfície, revelando dois tons predominantes, com a adoção do mais intenso para o restauro.
Adicionalmente, a termografia, técnica de prospecção térmica sem contato, foi utilizada. Fotografias com radiação infravermelha ajudaram a mapear a umidade nas paredes das fachadas e a identificar problemas como deslocamentos de reboco, trincas e fissuras, contribuindo para um diagnóstico detalhado e direcionado ao processo de recuperação.
A restauração da Casa Frasca incluiu a recuperação de ornatos e elementos arquitetônicos da fachada, muitos dos quais foram modificados ou suprimidos ao longo do tempo. A primeira fase do processo focou na fachada principal da casa que pertenceu a Caetano Frasca, hoje propriedade da Mitra Diocesana de Santa Cruz, herdada de Magda Frasca.
Durante o projeto de restauro, foram identificadas as cores originais, composição de argamassas e detalhes da construção. A execução ficou a cargo da empreiteira Lutz, que, apesar de inexperiente em obras de restauração, respeitou as especificidades do patrimônio.
Elementos como ornatos de estuque e capeamentos foram reconstituídos. A pintura utilizou tinta mineral, após remoção das camadas acrílicas e limpeza da superfície com água em baixa pressão. O reboco original foi mantido devido à sua boa aderência e estabilidade.
Balaustres degradados na platibanda foram substituídos por réplicas feitas a partir de moldes, fixadas com pinos de aço inoxidável. O grupo escultórico foi tratado para reconsolidação, enquanto o balcão de ferro fundido recebeu jateamento, aplicação de zarcão e pintura em esmalte grafite. O corrimão de madeira, totalmente deteriorado, foi substituído por uma réplica em madeira tratada de alta densidade.
O florão acima da janela principal, em estado avançado de degradação, foi recomposto artesanalmente, restaurando sua forma original. Essas intervenções devolveram à Casa Frasca sua leitura arquitetônica autêntica, preservando seu valor histórico e cultural.
Na restauração da Casa Frasca, a porta principal foi decapada para recuperar a aparência natural da madeira, como no design original. As demais esquadrias foram removidas e restauradas em um ateliê, preservando suas peças originais, exceto por marcos substituídos devido à degradação causada por térmitas. Após análises de camadas pictóricas, foi adotada uma cor próxima à original, encontrada na primeira camada investigada. As ferragens também foram restauradas, resultando em esquadrias com 90% de originalidade.
Elementos ornamentais na fachada, modificados ou suprimidos ao longo do tempo, foram resgatados para recuperar a leitura arquitetônica original. Testes de cores determinaram a composição ideal para a fachada, levando em conta a harmonia com o conjunto das três casas e a contextualização histórica. A monocromia foi escolhida para manter a coerência com a arquitetura eclética contemporânea da época e com edificações próximas, como a Casa Godoy.
A escolha das cores baseou-se em prospecções e na tradição calabresa da família Frasca, com combinações típicas de esquadrias e reboco. Um detalhe interessante foi a decisão de não reconstituir o braço de uma peça do conjunto escultórico do coroamento, preservando o registro histórico da degradação causada pelo tempo.
Essas intervenções garantiram a integridade histórica e cultural da Casa Frasca, alinhando técnicas de restauro com critérios estéticos e contextuais.
A casa Frasca é um palacete composto por três casas situadas em importante conjunto de residências construídas na virada do século XIX para o XX remanescente, em uma única quadra, que compõem um significativo conjunto arquitetônico de residências na Av. Independência e a rua Barros Cassal, nobre endereço que a partir do início do século XX começou a receber os palacetes da alta sociedade porto-alegrense. Construída entre 1906 e 1911 pelos irmãos Antônio e Caetano Frasca, imigrantes calabreses, combina comércio no térreo e residência no piso superior. É um dos mais expressivos exemplares do ecletismo arquitetônico da capital gaúcha.
O casarão, com altura de um prédio de cinco andares, apresenta rica ornamentação interna e externa: corrimãos de madeira, molduras nas janelas, esculturas, ladrilhos, pinturas parietais, soleiras de mármore e azulejos importados. Inscrições "AF" e "CF" acima das portas remetem aos nomes dos irmãos Frasca. Durante seus primeiros anos, a Casa Frasca serviu como moradia, passando a abrigar atividades comerciais ainda antes de sua conclusão. Posteriormente, foi alugada para inquilinos, funcionando como supermercado, estúdio de balé e centro espírita.
Nos anos 2000, a banda Cachorro Grande utilizou o espaço como estúdio, apelidando-o de "FunHouse". Em 2002, a propriedade foi vendida, e em 2010, o Ministério Público iniciou um inquérito para preservar as fachadas, já reconhecidas como patrimônio histórico.
Em 2012 o Studio1 Arquitetura elaborou o projeto de restauração, identificando e resgatando a história do casarão. Em 2014 a casa de Caetano Frasca teve sua fachada restaurada e finalmente, em 2018 se pode contemplar o conjunto que resgata com certa fidelidade o aspecto original do conjunto. A Casa Frasca é um palacete italiano cravado na esquina que abre o bairro Independência, um verdadeiro testemunho de uma época da capital gaúcha.
As casas são compostas por 3 partes:
1 - Embasamento: composto de porão baixo com galerias para ventilação e acessos
menores, também é onde fica as aberturas e os acessos da casa.
2 - Corpo: ornamentado com frisos, carranca,s frontões e cartelas, onde se revela a
finestração da edificação. No primeiro destinado a atividades comerciais, no segundo
residenciais.
3 - Coroamento: composto pela platibanda cega alternada por balaustradas, cartelas e
pequeno conjunto escultório.
Para embasar tecnicamente as decisões e intervenções no restauro, foram realizadas análises em amostras de reboco interno e externo das duas casas. Os resultados indicaram a predominância de rebocos à base de cal, além de áreas com reboco moderno à base de cimento.
Na parte interna da Casa Frasca 1, pequenas aberturas foram criadas para investigar a composição das paredes divisórias entre os cômodos. Também foram feitas prospecções de cores em salas com pinturas decorativas nas paredes, buscando identificar suas características originais.
Externamente, as prospecções de cores concentraram-se nas reentrâncias dos ornatos e em áreas protegidas pelas guarnições de portas e janelas. A identificação do tom original foi realizada molhando a superfície, revelando dois tons predominantes, com a adoção do mais intenso para o restauro.
Adicionalmente, a termografia, técnica de prospecção térmica sem contato, foi utilizada. Fotografias com radiação infravermelha ajudaram a mapear a umidade nas paredes das fachadas e a identificar problemas como deslocamentos de reboco, trincas e fissuras, contribuindo para um diagnóstico detalhado e direcionado ao processo de recuperação.
A restauração da Casa Frasca incluiu a recuperação de ornatos e elementos arquitetônicos da fachada, muitos dos quais foram modificados ou suprimidos ao longo do tempo. A primeira fase do processo focou na fachada principal da casa que pertenceu a Caetano Frasca, hoje propriedade da Mitra Diocesana de Santa Cruz, herdada de Magda Frasca.
Durante o projeto de restauro, foram identificadas as cores originais, composição de argamassas e detalhes da construção. A execução ficou a cargo da empreiteira Lutz, que, apesar de inexperiente em obras de restauração, respeitou as especificidades do patrimônio.
Elementos como ornatos de estuque e capeamentos foram reconstituídos. A pintura utilizou tinta mineral, após remoção das camadas acrílicas e limpeza da superfície com água em baixa pressão. O reboco original foi mantido devido à sua boa aderência e estabilidade.
Balaustres degradados na platibanda foram substituídos por réplicas feitas a partir de moldes, fixadas com pinos de aço inoxidável. O grupo escultórico foi tratado para reconsolidação, enquanto o balcão de ferro fundido recebeu jateamento, aplicação de zarcão e pintura em esmalte grafite. O corrimão de madeira, totalmente deteriorado, foi substituído por uma réplica em madeira tratada de alta densidade.
O florão acima da janela principal, em estado avançado de degradação, foi recomposto artesanalmente, restaurando sua forma original. Essas intervenções devolveram à Casa Frasca sua leitura arquitetônica autêntica, preservando seu valor histórico e cultural.
Na restauração da Casa Frasca, a porta principal foi decapada para recuperar a aparência natural da madeira, como no design original. As demais esquadrias foram removidas e restauradas em um ateliê, preservando suas peças originais, exceto por marcos substituídos devido à degradação causada por térmitas. Após análises de camadas pictóricas, foi adotada uma cor próxima à original, encontrada na primeira camada investigada. As ferragens também foram restauradas, resultando em esquadrias com 90% de originalidade.
Elementos ornamentais na fachada, modificados ou suprimidos ao longo do tempo, foram resgatados para recuperar a leitura arquitetônica original. Testes de cores determinaram a composição ideal para a fachada, levando em conta a harmonia com o conjunto das três casas e a contextualização histórica. A monocromia foi escolhida para manter a coerência com a arquitetura eclética contemporânea da época e com edificações próximas, como a Casa Godoy.
A escolha das cores baseou-se em prospecções e na tradição calabresa da família Frasca, com combinações típicas de esquadrias e reboco. Um detalhe interessante foi a decisão de não reconstituir o braço de uma peça do conjunto escultórico do coroamento, preservando o registro histórico da degradação causada pelo tempo.
Essas intervenções garantiram a integridade histórica e cultural da Casa Frasca, alinhando técnicas de restauro com critérios estéticos e contextuais.

Casa dos Azulejos
Localizada no Centro Histórico de Porto Alegre, esta construção inventariada como de interesse histórico-cultural passou por uma restauração completa entre dezembro de 2017 e maio de 2018. Dos azulejos originais, 378 foram preservados, enquanto 800 réplicas foram encomendadas para manter a integridade visual da edificação. A fachada remanescente reflete o estilo típico das construções do final do século XIX e início do XX em Porto Alegre, que combinavam uso residencial no segundo piso e sótão com atividades comerciais no térreo. Um dos elementos mais notáveis é a platibanda adornada com gradis de ferro.
A casa dos Azulejos, localizada na Rua dos Andradas, tem uma história rica, estudada pelo historiador Pedro Von Mengden (@von_mengden). Ao longo do tempo, o imóvel foi utilizado para diversos fins comerciais, como gráfica do Jornal do Comércio, a Marmoraria José Obino e a fábrica de malas e bolsas "Duquesa". Meirelles sugere que, embora a estrutura tenha sido construída antes, ela foi revestida com azulejos na década de 1860, período em que essa prática se popularizou em cidades portuárias para proteger fachadas da umidade e salinidade. Entre os diversos ocupantes ao longo dos anos, destacam-se a Grande Magasin de Modas e a Chapelaria Moderna.
Esta é uma das cinco casas remanescentes na cidade com revestimento de azulejos cerâmicos, localizadas na Praça XV, Rua Sete de Setembro, Rua Duque de Caxias e Rua dos Andradas. Embora não existam registros arquitetônicos detalhados nos arquivos municipais, uma imagem da década de 1960 indica que a construção data do início do terceiro quartel do século XIX.
Após a descaracterização do térreo e a demolição parcial da edificação original, o arquiteto Alexandre Bock reinterpretou o espaço, recriando o térreo com elementos de ferro fundido e madeira. Hoje, o local abriga o restaurante "Boteco Histórico", que une o passado da edificação à vida contemporânea da cidade.
A Casa dos Azulejos é um exemplo da arquitetura do Brasil Império, caracterizada por tendências clássicas típicas da época. A edificação apresenta pilastras com capitéis e vãos em arco, que conferem ritmo às portas voltadas para um balcão embutido na alvenaria e sustentado por mãos francesas de ferro fundido. O destaque do imóvel reside no uso do revestimento cerâmico e do ferro fundido, presentes tanto nas varandas quanto, outrora, em vitrines. A platibanda, que coroa a edificação, surge a partir da cimalha de estuque e é ornamentada com pilaretes alinhados às pilastras, intercalados por gradis de ferro, conferindo leveza ao conjunto. Essa composição é considerada uma característica típica e endêmica da cidade de Porto Alegre.
O revestimento de azulejos azuis, no estilo tradicional português, é intercalado por azulejos em alto-relevo nas cores branca e amarela, que realçam frisos, vergas e pilastras, enriquecendo a fachada.
A restauração envolveu profissionais de quatro estados brasileiros: a obra foi coordenada por gaúchos, contou com a consultoria de uma especialista baiana, Zeila Maria Machado (@zeilamariamachado), restauradores catarinenses e uma empresa carioca especializada em cerâmica. O arquiteto responsável, Lucas Volpatto, relata que mais de vinte testes foram necessários para alcançar o tom exato dos azulejos azuis com estampas de tulipas amarelas em relevo.
Os azulejos originais, trazidos da cidade do Porto, em Portugal, foram cuidadosamente retirados, numerados e restaurados, para que fossem recolocados em seus locais exatos.
Segundo Volpatto, o uso de azulejos na fachada era uma estratégia para aumentar a durabilidade da construção no século XIX — uma prova de sua eficácia é o fato de a fachada ter resistido ao abandono e a um incêndio ocorrido em 2009. Hoje, apenas a fachada original permanece intacta no número 895 da Rua da Praia, enquanto o restante da edificação foi reconstruído.
Após a demolição da estrutura principal, a fachada remanescente foi preservada em seu estado original, limitando-se à limpeza e à instalação de bandejas de madeira para proteger os transeuntes. O novo volume que atendeu ao restaurante foi uma edificação térrea, que se estendia horizontalmente ao longo do terreno. Com a proposta do arquiteto Alexandre Bock para reconstituir a volumetria original, o conjunto ganhou um segundo piso, reforçando a estrutura da fachada preservada.
O primeiro piso foi revitalizado, de acordo com o projeto de Bock, que incorporou peças de madeira e vidro temperado incolor. O segundo piso, embora mantivesse certa originalidade, apresentava degradação significativa no revestimento de azulejos. Estava escorado provisoriamente com trilhos metálicos e, apesar de algumas rachaduras e fissuras acima da cimalha, que indicavam cisalhamento na platibanda, a estabilidade da estrutura como um todo não estava comprometida.
As vedações dos vãos de madeira mantiveram as características originais, com bandeiras em vidro único, frisos decorados, e portas-janelas com caixilhos de vidro e postigos. As peças metálicas dos balcões e gradis da platibanda exibiam sinais de oxidação, mas permaneceram estruturalmente íntegras, o que possibilitou sua restauração. Apenas uma mão francesa metálica, que estava incompleta, precisou ser substituída por uma réplica fiel.
O revestimento cerâmico foi o aspecto mais desafiador para a restauração. Havia inúmeras lacunas nos azulejos azuis, e poucos dos existentes estavam intactos. A maioria foi afetada pela ação de sais e pela desagregação do biscoito cerâmico, o que comprometeu sua integridade.
A opção pela reconstituição da fachada com o uso de réplicas semelhantes ou idênticas às originais partiu da EPAHC, órgão da Secretaria Municipal da Cultura que tutela os bens inventariados em Porto Alegre. A cerâmica, original vinda da Cidade do Porto, mais precisamente da Cerâmica Miraguaia, que não encoste mais, deveria ser reconstituída. Depois de uma longa pesquisa, e prospecções entre empresas em Portugal, na Bahia e no Maranhão, o desafio foi proposto a Cerâmica Luiz Salvador (@luizsalvador_) que topou e teve um papel fundamental na produção das réplicas.
As réplicas não são identificadas com o propósito de um olho mais técnico e apurado possa identificá-las.
A casa dos Azulejos, localizada na Rua dos Andradas, tem uma história rica, estudada pelo historiador Pedro Von Mengden (@von_mengden). Ao longo do tempo, o imóvel foi utilizado para diversos fins comerciais, como gráfica do Jornal do Comércio, a Marmoraria José Obino e a fábrica de malas e bolsas "Duquesa". Meirelles sugere que, embora a estrutura tenha sido construída antes, ela foi revestida com azulejos na década de 1860, período em que essa prática se popularizou em cidades portuárias para proteger fachadas da umidade e salinidade. Entre os diversos ocupantes ao longo dos anos, destacam-se a Grande Magasin de Modas e a Chapelaria Moderna.
Esta é uma das cinco casas remanescentes na cidade com revestimento de azulejos cerâmicos, localizadas na Praça XV, Rua Sete de Setembro, Rua Duque de Caxias e Rua dos Andradas. Embora não existam registros arquitetônicos detalhados nos arquivos municipais, uma imagem da década de 1960 indica que a construção data do início do terceiro quartel do século XIX.
Após a descaracterização do térreo e a demolição parcial da edificação original, o arquiteto Alexandre Bock reinterpretou o espaço, recriando o térreo com elementos de ferro fundido e madeira. Hoje, o local abriga o restaurante "Boteco Histórico", que une o passado da edificação à vida contemporânea da cidade.
A Casa dos Azulejos é um exemplo da arquitetura do Brasil Império, caracterizada por tendências clássicas típicas da época. A edificação apresenta pilastras com capitéis e vãos em arco, que conferem ritmo às portas voltadas para um balcão embutido na alvenaria e sustentado por mãos francesas de ferro fundido. O destaque do imóvel reside no uso do revestimento cerâmico e do ferro fundido, presentes tanto nas varandas quanto, outrora, em vitrines. A platibanda, que coroa a edificação, surge a partir da cimalha de estuque e é ornamentada com pilaretes alinhados às pilastras, intercalados por gradis de ferro, conferindo leveza ao conjunto. Essa composição é considerada uma característica típica e endêmica da cidade de Porto Alegre.
O revestimento de azulejos azuis, no estilo tradicional português, é intercalado por azulejos em alto-relevo nas cores branca e amarela, que realçam frisos, vergas e pilastras, enriquecendo a fachada.
A restauração envolveu profissionais de quatro estados brasileiros: a obra foi coordenada por gaúchos, contou com a consultoria de uma especialista baiana, Zeila Maria Machado (@zeilamariamachado), restauradores catarinenses e uma empresa carioca especializada em cerâmica. O arquiteto responsável, Lucas Volpatto, relata que mais de vinte testes foram necessários para alcançar o tom exato dos azulejos azuis com estampas de tulipas amarelas em relevo.
Os azulejos originais, trazidos da cidade do Porto, em Portugal, foram cuidadosamente retirados, numerados e restaurados, para que fossem recolocados em seus locais exatos.
Segundo Volpatto, o uso de azulejos na fachada era uma estratégia para aumentar a durabilidade da construção no século XIX — uma prova de sua eficácia é o fato de a fachada ter resistido ao abandono e a um incêndio ocorrido em 2009. Hoje, apenas a fachada original permanece intacta no número 895 da Rua da Praia, enquanto o restante da edificação foi reconstruído.
Após a demolição da estrutura principal, a fachada remanescente foi preservada em seu estado original, limitando-se à limpeza e à instalação de bandejas de madeira para proteger os transeuntes. O novo volume que atendeu ao restaurante foi uma edificação térrea, que se estendia horizontalmente ao longo do terreno. Com a proposta do arquiteto Alexandre Bock para reconstituir a volumetria original, o conjunto ganhou um segundo piso, reforçando a estrutura da fachada preservada.
O primeiro piso foi revitalizado, de acordo com o projeto de Bock, que incorporou peças de madeira e vidro temperado incolor. O segundo piso, embora mantivesse certa originalidade, apresentava degradação significativa no revestimento de azulejos. Estava escorado provisoriamente com trilhos metálicos e, apesar de algumas rachaduras e fissuras acima da cimalha, que indicavam cisalhamento na platibanda, a estabilidade da estrutura como um todo não estava comprometida.
As vedações dos vãos de madeira mantiveram as características originais, com bandeiras em vidro único, frisos decorados, e portas-janelas com caixilhos de vidro e postigos. As peças metálicas dos balcões e gradis da platibanda exibiam sinais de oxidação, mas permaneceram estruturalmente íntegras, o que possibilitou sua restauração. Apenas uma mão francesa metálica, que estava incompleta, precisou ser substituída por uma réplica fiel.
O revestimento cerâmico foi o aspecto mais desafiador para a restauração. Havia inúmeras lacunas nos azulejos azuis, e poucos dos existentes estavam intactos. A maioria foi afetada pela ação de sais e pela desagregação do biscoito cerâmico, o que comprometeu sua integridade.
A opção pela reconstituição da fachada com o uso de réplicas semelhantes ou idênticas às originais partiu da EPAHC, órgão da Secretaria Municipal da Cultura que tutela os bens inventariados em Porto Alegre. A cerâmica, original vinda da Cidade do Porto, mais precisamente da Cerâmica Miraguaia, que não encoste mais, deveria ser reconstituída. Depois de uma longa pesquisa, e prospecções entre empresas em Portugal, na Bahia e no Maranhão, o desafio foi proposto a Cerâmica Luiz Salvador (@luizsalvador_) que topou e teve um papel fundamental na produção das réplicas.
As réplicas não são identificadas com o propósito de um olho mais técnico e apurado possa identificá-las.

Cine Astor
O antigo cinema, fechado desde o início da década de 1990 teve seu corpo ( um galpão) totalmente demolido, restando apenas a fachada, que preservada, foi tombada como de interesse histórico cultural pelo município de Porto Alegre. Com a construção de um novo edifício que abrigará um hotel, que mantendo a fachada como um átrio da nova edificação como compatibilização, um projeto de restauração foi executado resgatando elementos originais, devolvendo a leitura arquitetônica de tão importante esquina cultural para o 4º distrito de Porto Alegre.
As obras de conservação e restauração aconteceram no período de início de janeiro de 2021 e final de maio de 2021 e compreenderam aproximadamente 600 m² de limpeza e intervenções pontuais no reboco. Na fachada , os trabalhos ficaram restritos a limpeza química e mecânica das superfícies, fixação e reintegração dos rebocos estáveis, com injeções químicas (técnica minimamente invasiva) e quando necessário, a reconstituição de trechos de grandes lacunas. A equipe multidisciplinar foi composta por arquitetos e restauradores artífices.
Histórico
O Cinema Theatro Orpheu foi mandado construir pela empresa Mendelski e Irmãos, gerida pelos senhores Miguel e Vitor Alexandre Mendelski, para ter a capacidade para 1891 lugares. A edificação foi projetada em 1922 por Eduardo Pufal e construída por seu irmão, o engenheiro construtor, João Luiz Pufal, sendo finalmente inaugurada no dia 03 de outubro de 1923 com a novidade de apresentar “funções noturnas” que intercalavam sessões de cinema com músicos e artistas.
A partir de 1963, passa a se chamar Cine Astor, nome pelo qual ficou mais conhecido e é ainda hoje lembrado, passando por uma reforma interna em que houve a divisão da sala, o que diminuiu a capacidade de público e externa, alterando consideravelmente a edificação, com a alteração do revestimento e a inserção de uma marquise em concreto. Encerrou suas atividades no ano de 1993.
A tipologia arquitetônica é eclética prevalecendo tendências clássicas e barrocas, típicas dos “cineteatros” da época. Tem destaque por sua implantação quase que de esquina sobressaindo sua fachada dotada de rica ornamentação que serve como ponto focal das perspectivas de avenidas que se encontram no cruzamento com a av. Benjamin Constant, a av. Cristóvão Colombo no sentido bairro-centro e a rua Cel. Bordini no sentido Moinhos - Floresta.
Em 2016, um levantamento cadastral foi realizado para a elaboração de um projeto para as intervenções de restauro. Esse projeto resultou nas diretrizes básicas nas quais a atual intervenção se desenvolvem.
Definições posteriores tais como a o traço da reconstituição do reboco e a proposta cromática definitiva foram discutidas e definidas durante a etapa prospectiva na execução da obra. Testes cromáticos foram realizados com cores compatíveis ao bem cultural e a tipologia arquitetônica de sua época.
As obras de conservação e restauração aconteceram no período de início de janeiro de 2021 e final de maio de 2021 e compreenderam aproximadamente 600 m² de limpeza e intervenções pontuais no reboco. Na fachada , os trabalhos ficaram restritos a limpeza química e mecânica das superfícies, fixação e reintegração dos rebocos estáveis, com injeções químicas (técnica minimamente invasiva) e quando necessário, a reconstituição de trechos de grandes lacunas. A equipe multidisciplinar foi composta por arquitetos e restauradores artífices.
Histórico
O Cinema Theatro Orpheu foi mandado construir pela empresa Mendelski e Irmãos, gerida pelos senhores Miguel e Vitor Alexandre Mendelski, para ter a capacidade para 1891 lugares. A edificação foi projetada em 1922 por Eduardo Pufal e construída por seu irmão, o engenheiro construtor, João Luiz Pufal, sendo finalmente inaugurada no dia 03 de outubro de 1923 com a novidade de apresentar “funções noturnas” que intercalavam sessões de cinema com músicos e artistas.
A partir de 1963, passa a se chamar Cine Astor, nome pelo qual ficou mais conhecido e é ainda hoje lembrado, passando por uma reforma interna em que houve a divisão da sala, o que diminuiu a capacidade de público e externa, alterando consideravelmente a edificação, com a alteração do revestimento e a inserção de uma marquise em concreto. Encerrou suas atividades no ano de 1993.
A tipologia arquitetônica é eclética prevalecendo tendências clássicas e barrocas, típicas dos “cineteatros” da época. Tem destaque por sua implantação quase que de esquina sobressaindo sua fachada dotada de rica ornamentação que serve como ponto focal das perspectivas de avenidas que se encontram no cruzamento com a av. Benjamin Constant, a av. Cristóvão Colombo no sentido bairro-centro e a rua Cel. Bordini no sentido Moinhos - Floresta.
Em 2016, um levantamento cadastral foi realizado para a elaboração de um projeto para as intervenções de restauro. Esse projeto resultou nas diretrizes básicas nas quais a atual intervenção se desenvolvem.
Definições posteriores tais como a o traço da reconstituição do reboco e a proposta cromática definitiva foram discutidas e definidas durante a etapa prospectiva na execução da obra. Testes cromáticos foram realizados com cores compatíveis ao bem cultural e a tipologia arquitetônica de sua época.

Casa da Estrela
O projeto para Casa da Estrela foi um dos primeiros na esfera do patrimônio Cultural Edificado.
A casa inventariada pelo município é um símbolo de resistência da comunidade do bairro Petrópolis que lutou pela sua preservação ameaçada pela construção de uma grande torre de apartamentos.
O S1arq. Teve a oportunidade de realizar dois projetos, ambos envolvendo o restauro do pré-existência e a construção de um anexo como rearquitetura. O primeiro para um centro de formação de leitores para a Câmara Rio-grandense do Livro e o segundo para a sede da Associação de Escultores do Rio Grande do Sul.
A Casa da Estrela foi construída pelo militar baiano Mário Pantoja, que viveu lá com sua família até 2002. O nome da casa vem de uma estrela de cimento, desenhada no jardim frontal pelo proprietário. A casa de arquitetura típica do Bairro Petrópolis tem o estilo neocolonial e se destaca por sua fachada simétrica com três arcos, um frontão, e um torreão cilíndrico característico. O reboco externo rústico, combinado com blocos de granito dos morros de Porto Alegre, confere um charme peculiar ao edifício.
O projeto para a AEERGS tinha como programa a restauração da casa, a instalação de ateliês livres e espaço expositivo, além da implantação de um jardim de esculturas.
A casa inventariada pelo município é um símbolo de resistência da comunidade do bairro Petrópolis que lutou pela sua preservação ameaçada pela construção de uma grande torre de apartamentos.
O S1arq. Teve a oportunidade de realizar dois projetos, ambos envolvendo o restauro do pré-existência e a construção de um anexo como rearquitetura. O primeiro para um centro de formação de leitores para a Câmara Rio-grandense do Livro e o segundo para a sede da Associação de Escultores do Rio Grande do Sul.
A Casa da Estrela foi construída pelo militar baiano Mário Pantoja, que viveu lá com sua família até 2002. O nome da casa vem de uma estrela de cimento, desenhada no jardim frontal pelo proprietário. A casa de arquitetura típica do Bairro Petrópolis tem o estilo neocolonial e se destaca por sua fachada simétrica com três arcos, um frontão, e um torreão cilíndrico característico. O reboco externo rústico, combinado com blocos de granito dos morros de Porto Alegre, confere um charme peculiar ao edifício.
O projeto para a AEERGS tinha como programa a restauração da casa, a instalação de ateliês livres e espaço expositivo, além da implantação de um jardim de esculturas.

Capela Mor - Igreja Nossa Senhora das Dores
As obras na Igreja das Dores muito colaboraram para ela se tornar a Basílica de hoje e contaram com patrocínio Master da Brasken através do financiamento do ProCultura LIC RS.
Projetos realizados e executados entre os anos de 2016 e 2018:
- Retábulo do Santíssimo;
- Restauração das 3 imagens do trono;
- Implantação de reserva técnica;
- Implantação do subtelhado e estrutura de madeira;
- Projeto e instalação de vidraria da Capela do Santíssimo;
- Restauro das portas laterais e tribunas;
- Restauro do altar-mor;
- Restauro do Arco do Cruzeiro;
- Tratamento do forro da capela mor;
- Reforço de laje consistório oeste;
- Implantação de PPCI.
As obras de restauração dos bens integrados da Igreja Nossa Senhora das Dores (fase II) foram financiadas pelo Pró Cultura - Lei de Incentivo a Cultura do Estado do Rio Grande do Sul com patrocínio Master da Brasken, produção cultural da Cult (@glacibraga) e captação da PACO (@gabimagagnin). A coordenação técnica foi da A Cor do Tempo (@acordotempo) com as restauradoras Anice Jaroczinski (@anicejaroc) e Katherini (@katherini.c) e ainda contou com a colaboração do Instituto Mulher em Construção (@mulheremconstrucao_oficial).
Entre as obras restauradas estão o altar do Santíssimo Sacramento, a imagem de roca de Nossa Senhora das Dores, envolta em manto violáceo, esculpida em madeira policromada, considerada a peça central da igreja. Ao centro do Altar-mor, há um grande crucifixo de 1858, também em madeira policromada. No lado esquerdo do altar, encontra-se a escultura de São João de Nepomuceno, doada em 1818 pelo Marquês de Alegrete, protetor da Irmandade Nossa Senhora das Dores. No lado direito, está a imagem de São José, doada pelo Irmão benfeitor José Antônio de Araújo Ribeiro no mesmo ano, representando-o com o Menino Jesus no colo.
O atual retábulo do Santíssimo Sacramento é um antigo retábulo destinado ao Beato Claret, hoje santo e padroeiro dos Claretianos que administraram a paróquia até meados do século XX. Ele ficou escondido durante anos no desvão do telhado do consistório leste, até que foi encontrado na fase I da restauração. Na fase II, o retábulo após minuciosa restauração volta para o seu lugar pelas mãos habilidosas das restauradoras Anice Jaroczinski (@anicejaroc) e Katherini (@katherini.c) e do marceneiro genial Itacir Weirich (@itacirweirich) que criou um sistema deslizante para a sua recolocação. O trabalho de resgate contou também com o talentoso Valter Frasson - Frasson Esculturas (@valter.frasson.7) que utilizou madeiras de refugo sobreviventes do retábulo incendiado da capela da Fundação O Pão dos Pobres para esculpir um dos arabescos que faltavam no entablamento do trono.
Na restauração do telhado da capela mor foi realizada a implantação do subtelhado metálico, assim como o reforço da estrutura de madeira original executada pelo mestre João do Couto e Silva em 1812. A obra foi executada pela Aguiar Engenharia (@divinosoaresaguiar) com a gestão e acompanhamento do S1arq. Ainda na capela mor, foram restauradas as pinturas decorativas do Arco do Cruzeiro, as tribunas com suas sinefas e vitrais, o retábulo mor e o forro.
*As fotos são dos fotógrafos Lucas Pedruzzi, Leandro Selister, Juliana Marques e Lucas Volpatto.
Projetos realizados e executados entre os anos de 2016 e 2018:
- Retábulo do Santíssimo;
- Restauração das 3 imagens do trono;
- Implantação de reserva técnica;
- Implantação do subtelhado e estrutura de madeira;
- Projeto e instalação de vidraria da Capela do Santíssimo;
- Restauro das portas laterais e tribunas;
- Restauro do altar-mor;
- Restauro do Arco do Cruzeiro;
- Tratamento do forro da capela mor;
- Reforço de laje consistório oeste;
- Implantação de PPCI.
As obras de restauração dos bens integrados da Igreja Nossa Senhora das Dores (fase II) foram financiadas pelo Pró Cultura - Lei de Incentivo a Cultura do Estado do Rio Grande do Sul com patrocínio Master da Brasken, produção cultural da Cult (@glacibraga) e captação da PACO (@gabimagagnin). A coordenação técnica foi da A Cor do Tempo (@acordotempo) com as restauradoras Anice Jaroczinski (@anicejaroc) e Katherini (@katherini.c) e ainda contou com a colaboração do Instituto Mulher em Construção (@mulheremconstrucao_oficial).
Entre as obras restauradas estão o altar do Santíssimo Sacramento, a imagem de roca de Nossa Senhora das Dores, envolta em manto violáceo, esculpida em madeira policromada, considerada a peça central da igreja. Ao centro do Altar-mor, há um grande crucifixo de 1858, também em madeira policromada. No lado esquerdo do altar, encontra-se a escultura de São João de Nepomuceno, doada em 1818 pelo Marquês de Alegrete, protetor da Irmandade Nossa Senhora das Dores. No lado direito, está a imagem de São José, doada pelo Irmão benfeitor José Antônio de Araújo Ribeiro no mesmo ano, representando-o com o Menino Jesus no colo.
O atual retábulo do Santíssimo Sacramento é um antigo retábulo destinado ao Beato Claret, hoje santo e padroeiro dos Claretianos que administraram a paróquia até meados do século XX. Ele ficou escondido durante anos no desvão do telhado do consistório leste, até que foi encontrado na fase I da restauração. Na fase II, o retábulo após minuciosa restauração volta para o seu lugar pelas mãos habilidosas das restauradoras Anice Jaroczinski (@anicejaroc) e Katherini (@katherini.c) e do marceneiro genial Itacir Weirich (@itacirweirich) que criou um sistema deslizante para a sua recolocação. O trabalho de resgate contou também com o talentoso Valter Frasson - Frasson Esculturas (@valter.frasson.7) que utilizou madeiras de refugo sobreviventes do retábulo incendiado da capela da Fundação O Pão dos Pobres para esculpir um dos arabescos que faltavam no entablamento do trono.
Na restauração do telhado da capela mor foi realizada a implantação do subtelhado metálico, assim como o reforço da estrutura de madeira original executada pelo mestre João do Couto e Silva em 1812. A obra foi executada pela Aguiar Engenharia (@divinosoaresaguiar) com a gestão e acompanhamento do S1arq. Ainda na capela mor, foram restauradas as pinturas decorativas do Arco do Cruzeiro, as tribunas com suas sinefas e vitrais, o retábulo mor e o forro.
*As fotos são dos fotógrafos Lucas Pedruzzi, Leandro Selister, Juliana Marques e Lucas Volpatto.

Memorial Jóias da Basílica
A Igreja Nossa Senhora das Dores possui um acervo de aproximadamente 2.000 mil itens, com objetos de diferentes tipologias: esculturas, pinturas, objetos litúrgicos, paramentos, livros e documentos.
Estes objetos de valor devocional, artístico e histórico, estão hoje documentados e organizados em um espaço dentro do edifício, destinados ao trabalho técnico e armazenamento do acervo.
Em 2017, o S1arq em parceria com a museóloga Caroline Zuchetti (@carozuchetti) foi responsável pela implantação da reserva técnica. Dois projetos foram elaborados para o local destinado para as exposições, a antiga capela da Pompéia. Este último, dedicado às Jóias da Basílica.
Estes objetos de valor devocional, artístico e histórico, estão hoje documentados e organizados em um espaço dentro do edifício, destinados ao trabalho técnico e armazenamento do acervo.
Em 2017, o S1arq em parceria com a museóloga Caroline Zuchetti (@carozuchetti) foi responsável pela implantação da reserva técnica. Dois projetos foram elaborados para o local destinado para as exposições, a antiga capela da Pompéia. Este último, dedicado às Jóias da Basílica.

Largo das Dores
A igreja mais antiga de Porto Alegre começou a ser edificada em um terreno da rua Riachuelo no ano de 1807. Desde sempre a oeste existiu um terreno amplo que configurava um largo onde a comunidade realizava suas festas, onde existia uma gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes e um jardim. Na década de 1960 o largo começou a ser utilizado como estacionamento, locando vagas para mensalistas. Nos anos 2000 o IPHAN promoveu um atelier de projeto visando transformar o local em praça estacionamento. Em 2010, o Studio1 arq. elaborou dois estudos assumindo o programa híbrido e em 2021 uma nova proposta é elaborada após uma reforma na pavimentação da área ainda mantendo o caráter de praça e estacionamento.

Capela da Santa Casa
A capela Nosso Senhor dos Passos atende a Irmandade da Santa Casa de Porto Alegre desde a sua fundação. Datada de 1819, passou por diversas intervenções ao longo dos anos sendo que a pintura decorativa atual datada de 1962 foi realizada pelo pintor italiano Emílio Sessa. Em
2019 dado ao elevado nível de degradação das pinturas que sucumbiram a infiltrações de dutos embutidos nas espessas paredes o Studio1 arq. foi contratado para elaborar um diagnóstico
seguido de projeto de intervenção e gestão da obra de restauração que contou com os restauradores e
conservadores formados pela Universidade Federal de Pelotas, Mara Nizolli e Fábio Galli.
2019 dado ao elevado nível de degradação das pinturas que sucumbiram a infiltrações de dutos embutidos nas espessas paredes o Studio1 arq. foi contratado para elaborar um diagnóstico
seguido de projeto de intervenção e gestão da obra de restauração que contou com os restauradores e
conservadores formados pela Universidade Federal de Pelotas, Mara Nizolli e Fábio Galli.

Casa Família Cercato
Restauração da casa de pedra do século XIX tombada pelo município de Garibaldi. e implantação de uma ostaria e memorial da produção familiar de espumantes. Projeto e execução. Projeto elaborado em parceira com a arquiteta Patrícia Pasini.

Capela do Bom Fim

Solar do IAB
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