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‘Porto Alegre precisa conhecer sua própria história’: Com quase 130 anos, Casa Frasca é restaurada
Sul21

Em 1890, os irmãos Antonio e Caetano Frasca chegam a Porto Alegre. Eles vêm de uma família abastada da região da Calábria, no sul da Itália. No Brasil, montam uma loja de produtos agropecuários no centro da capital gaúcha. A família decide morar nas proximidades do negócio. Por isso, encomendam a construção de um conjunto de residências, com destaque a um palacete italiano em estilo neoclássico.
As obras começaram em 1906. Em 1911, a Casa Frasca estava concluída. Com mais de um século de existência, já foi moradia de muitos, marcou a cena do rock gaúcho e virou ponto de resistência cultural. Apesar disso, quase caiu no esquecimento; sua estrutura original foi comprometida pelo tempo e a casa chegou a correr o risco de deixar de existir.
Com altura de um prédio de cinco andares, a Casa Frasca é formada por um conjunto de detalhes que acompanham todo seu interior e o exterior. Da madeira do corrimão aos desenhos pintados nas paredes, passando pelas molduras das janelas e as esculturas que marcam a passagem da família – como as inscrições ‘AF’ e ‘CF’ acima das portas das casas de Caetano e Antonio Frasca.
Ao entrar, os dois principais ambientes revelam as vigas originais no teto, que se complementam com o piso de madeira e as janelas. “Encontramos o pigmento azul durante o estágio inicial das obras. Tentamos nos aproximar ao máximo do tom original”, explica Lucas. Na sala aos fundos, a entrada para o porão está aberta. Com pouco mais de um metro de altura, revela como a descida da rua Barros Cassal foi aproveitada na construção.
Subindo as escadas, as pinturas nas paredes mostram como a família se organizava. Pinturas com flores e laços marcavam o espaço destinado ao dormitório das meninas. Ilustrações mais sóbrias designavam os quartos masculinos. Seguindo pelo corredor, chega-se à cozinha. Do outro lado, a sala de visitas. “Aqui, tudo está original. Apenas o rodapé e o assoalho foram trocados”, destaca o arquiteto.
O segundo andar também conta com o quarto do casal, uma sala de estar e os banheiros – estes, construídos apenas em 1930. O corredor termina com um terraço que, com as portas abertas, deixa entrar o som do trânsito circulando pela Independência.
Há, ainda, uma escada em espiral que leva ao sótão. “Um dos filhos não queria mais trabalhar no comércio. Queria ser médico. Aí o pai construiu este sótão para ele poder estudar”, conta Lucas. Ali, a equipe de restauro encontrou o trabalho de conclusão de curso de Ottorino Frasca. “Encontramos muitas coisas: vidros, latas de erva mate, documentos”, diz o arquiteto, mostrando o boletim escolar de um dos filhos.
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(Foto: Joana Berwanger / Sul21)